ALGUMAS
REFLEXÕES SOBRE A REPRESENTAÇÃO DO EGITO ANTIGO NAS MÍDIAS AUDIOVISUAIS E SEUS
USOS NO ENSINO DE HISTÓRIA.
Edimar
Ribeiro dos Santos Junior*
Resumo
O presente trabalho busca fazer
algumas reflexões em torno da representação do Egito Antigo nas mídias
audiovisuais e as possibilidades de utilização destas produções como ferramenta
didática no ensino-aprendizagem de história. Levando em consideração o grande
contato que os alunos tem com o conhecimento histórico por meio das novas
tecnologias de informação e comunicação se faz necessário dos historiadores e
dos professores de história a apropriação e análise crítica destes materiais
que os alunos tem contato diariamente.
Palavras-chave: Egito Antigo; representação;
produções audiovisuais; educação.
Egito
Antigo e sua representação nas Mídias Audiovisuais.
O Egito Antigo, com toda grandiosidade e longevidade que
teve no passado, talvez seja umas das civilizações mais representadas nas
mídias audiovisuais que chegam ao domínio da sociedade, sendo através de
filmes, telenovelas, minisséries entre outros meios. Tais produções tem um
impacto imediato na formação dos conhecimentos que o grande público tem a
respeito desta civilização. Saberes que muitas das vezes possui uma visão
estereotipada, que não fazem jus aquilo que se conhece sobre esse povo, obtidos
a partir das pesquisas arqueológicas, historiográficas, antropológicas entre
outros campos do conhecimento científico.
Ciro Flamarion Cardozo cita este grande interesse, não só
dos especialistas, em torno da civilização egípcia, muitos deles destinados ao
grande público:
“[...] Esta distantes civilização continua despertando hoje
um profundo interesse, que não se limita aos especialistas em Egiptologia.
Nenhuma outra civilização da Antiguidade inspirou a elaboração de tantos livros
de divulgação destinados ao grande público.” (CARDOZO, 2004, p. 8)
Esta massiva representação acaba por colocar aos
historiadores e especialmente aos professores de história do ensino básico, a
tarefa de problematização em torno da forma como este povo é representado, e
para além disso, observar os impactos que tais representações causam na forma
como os alunos absorvem estas representações, sem as devidas críticas,
construindo conhecimentos não condizentes com a realidade histórica do passado,
estas questões, são desafios que os professores devem encarar e buscar meios
para superar no processo de ensino-aprendizagem da História.
Uma das representações mais atuais em torno da civilização
egípcia, de grande divulgação e audiência na mídia de acesso gratuito, são as
telenovelas da emissora Record, que
representam a civilização egípcia, a partir dos relatos bíblicos que descreve o
cárcere do povo hebreu, que estava sob o domínio dos egípcios.
A autora Raisa Sagredo (2015), mestranda da Universidade
Federal de Santa Catarina, buscou encarar as novelas, José do Egito (2013) e Os Dez
Mandamentos (2015), como fontes a serem problematizadas, dentro de todas as
questões já aqui citadas anteriormente. A autora busca fazer uma crítica a
partir do viés historiográfico, pois segundo ela, as novelas passaram
despercebidas pelos historiadores que não a problematizaram dentro dos saberes
históricos, sendo isto um problema, pelo fato destas produções terem tido uma
grande repercussão e audiência – com até mesmo troca do horário das novelas,
para não coincidir com a programação da emissora concorrente – e influenciarem
aquilo que as pessoas tem de conhecimento sobre este povo.
Para Sagredo, as seguintes novelas são duas fontes que
apresentam um forte Orientalismo nos moldes apontados pelo autor Edward Said, como
no modo de perceber este povo, criado e legitimado por determinadas
instituições Ocidentais que acaba por construir uma visão em torno das
civilizações Orientais, passando a ser representadas de uma forma repleta de
estereótipos, exotismo e superstições, além de sofrerem uma inferiorização se
comparada ao Ocidente. Bem como, também é marcada por um forte Eurocentrismo
que se torna evidente quando se atenta para os fenótipos dos atores e atrizes
que interpretam os egípcios e egípcias, em grande medida, todos embranquecidos.
Este último ponto é problemático visto ainda as grandes dificuldades que os
professores de história encontram para inserir e debater as questões previstas
na Lei 10.639, que busca a obrigatoriedade das discussões étnico-raciais dentro
do ensino de história. Como coloca Sagredo, ainda é difícil romper com a visão
eurocêntrica dentro da História Antiga, e tais representações, que não tem
compromisso e preocupação alguma de buscar enquadrar suas narrativas a partir
dos saberes mais atuais aceitos dentro do meio historiográfico, possuindo
visivelmente um discurso extremante evangelizador em suas produções, acabam por
contribuir ainda mais de modo negativo para essas dificuldades.
Para além das características físicas, a autora também
coloca problemas nas representações do trato com a religião, que não são
representativas do modo como os egípcios a encaravam. Bem como, os figurinos
que os personagens vestem, principalmente os femininos, que carregam um grande
exotismo, sempre presente na representação desses povos. Muitos desses
figurinos apresentam cores fortes e vibrantes, quando a realidade do povo
egípcio, que se pode perceber a partir das fontes arqueológicas é muito
diferente. Há também figurinos femininos que possuem decotes, não condizentes
com a realidade, isto acaba por sensualizar as personagens femininas, questão esta,
que não pretende-se aprofundar neste trabalho.
Para além das novelas brasileiras que perpassaram pela
história do povo egípcio, podemos também analisar outras produções
cinematográficas, principalmente Hollywoodianas, que representaram a antiga
civilização egípcia. Filmes estes que em grande medidas são populares entre o
público. Dentre as diversas produções, podemos citar os exemplos: A trilogia A
Múmia. “Múmia” (1999), “O retorno da Múmia” (2001) e “A múmia – A tumba do imperador
dragão” (2008). Também podemos citar o filme “O escorpião Rei” (2002) e
lançamentos mais recentes como “Deuses do Egito” (2016) e “A Múmia” (2017), uma
nova narrativa estrelado pelo ator norte americano Tom Cruise.
Em muitas ou em todas estas produções norte americanas
podemos encontrar aspectos em comum os quais vemos problematizando. Quando se
analisa a trilogia “A Múmia”, filme que teve grande sucesso de bilheteria, bem
como o filme “O escorpião Rei”, podemos notar de maneira muito forte as representações
repletas de exotismo, estereótipos e supertições tão comuns em filmes que
retratam esse povo, que está ligado ao Orientalismo já discutido
anteriormente. Tais filmes tem
narrativas muito próximos aos filmes do Indiana Jones, também muito popular entre
o grande público, onde personagens brancos vão as regiões mais orientais e lá
passam por diversas aventuras muito místicas. O branqueamento citado é o
caráter comum entre todos os filmes, pois os protagonistas quase que totalmente
são pessoas brancas, mesmo quando estes representam personagens egípcios, como
por exemplo os Deuses egípcios, que são retratados no filme “Deuses do Egito”.
Todas estas mídias
audiovisuais, podem ser apropriadas tanto por historiadores quanto por
professores de história, como fontes para pesquisa ou para serem problematizadas
dentro de sala de aula pois, “As imagens audiovisuais dinamizam o conteúdo
histórico em sala de aula, gerando questionamentos em relação ao lido, ao
debatido [...]” (FONTES; ALVES, 2013, p. 14). Ao serem utilizadas como uma
ferramenta didática, estas mídias poderão auxiliar os professores e facilitar o
aprendizado dos alunos em torno de determinados conteúdos, neste caso, a
respeito da civilização egípcia, de modo a trazer ganhos ao processo de
ensino-aprendizagem de história, e desconstruindo visões do passado que os
alunos acabam por adquirir por outros meios que tem contato diariamente, como é
o caso das mídias audiovisuais.
Reflexos no ensino de História e
problematizações necessárias.
As novas tecnologias, as NTICs, se fazem presente no
cotidiano dos alunos, onde crianças e adolescentes estão constantemente sendo
bombardeados de informações e tem acesso fácil a diversos conteúdos, via redes
sociais, Youtube entre outros meios.
Dentro deste cenário, os conteúdos relativos ao campo da história não estariam
de fora. Com o advento da História Pública, bem como da História Digital, o que
está havendo nas últimas décadas são constantes produções referentes a história
mundial de muita popularidade entre o grande público. Emissoras de TV de canais
abertos ou fechados, como por exemplo o canal History Channel, tem produções que se tornam populares entre o
grande público. A história desta forma, rompe os muros do saber apenas
produzidos dentro da academia, para se tornar de domínio geral. (LUCCHESI;
CARVALHO, 2016).
Quando se fala especificamente das produções fílmicas,
pode-se dizer que este é um dos meios que maior tem despertado interesse dos
professores para compor suas aulas. Entre os fatores podemos citar a grande
atração e interesse que os alunos tem por estes meios, bem como a
acessibilidade e facilidade para se ter contato com tais materiais. Contudo,
mesmo esse grande interesse não tem levado a problematizações em torno do
cinema nas escolas e de uma metodologia para os seus usos no ensino de História
(ABUD, 2003).
É importante observar, que o cinema passou a ser encarado
como uma ferramenta útil ao ensino de história dentro de um contexto de
renovação das concepções historiográficas. As décadas de 70 e 80 representaram
grandes mudanças nas pesquisas históricas a partir da difusão da Nova História,
e seus interesses em novos temas, a partir de outras perspectivas e de novas
metodologias, se interessando e utilizando novas fontes para estas pesquisas,
estas novas concepções refletiram também no ensino de história, que passou a
ter outras visões sobre o processo de ensino-aprendizagem de história, passando
a incorporar novos métodos, novos objetos, novas fontes (ABUD, 2003).
A difusão da História Pública e Digital representou uma
aproximação do grande público com questões relativas a História. O acesso fácil
a essas informações não significa, em contrapartida, o contato com
conhecimentos que sejam correspondentes aos saberes historiográficos. Tais
novelas, filmes e outras produções dos meios digitais, que os alunos tem
contato, são os maiores responsáveis pelos conhecimentos que estes apresentam
no momento que chegam na sala de aula. Um Egito da forma como é representado
nas novelas e filmes aqui citadas, acabam por construir uma concepção que não
corresponde a total realidade do que se sabe a respeito dessa civilização por
meio das pesquisa científicas.
Nesta medida o professor
deve ser o mediador entre os alunos e o conhecimento histórico ao buscar meios
de problematização destas mídias que os alunos tem contato, trazendo estas
fontes para o contexto de suas aulas,
como apontam Fontes e Alves:
“O professor ao deslocar a atenção do aluno usando a
linguagem audiovisual nas aulas aproxima-se da realidade midiática, que é muito
presente no cotidiano dos alunos, podendo com isso encontrar um caminho para
despertar o interesse do aluno pelo conhecimento histórico.” (FONTES; ALVES,
2013, p, 14)
A inserção destas fontes as aulas de história em meio a
realidade do mundo moderno atual torna-se essencial e possibilita ao professor
a dinamização de suas aulas bem como oferece novos caminhos para se abordar
questões necessários em torno do conhecimento histórico. A crítica em torno,
por exemplo, sobre o fenótipo dos personagens destas telenovelas, e filmes que
em grande parte são brancos, é essencial, visto a realidade da civilização
egípcia do passado, pertencente ao continente africano, e que possuía,
características majoritariamente negras. A necessidade de tal problematização é
importante para as discussões que envolvem aspectos dos debates étnicos-raciais
dentro do ambiente escolar, e a apropriação por parte dos professores, destes
meios que estão diariamente na vida dos alunos, acaba por aproximá-los da aula
e do conteúdo estudado, e por fim, fazendo com que muitos se enxerguem nestes
conteúdo, e se sintam representados, como deveria acontecer nas novelas que
assistem. Bem como problematizar todos os estereótipos e exotismos tão
presentes nestas produções, buscando se fazer um trabalho de esclarecimento em
cima da visão que o aluno passa a construir do passado quando entra em contato
com estas produções audiovisuais, para que dessa forma, o conhecimento destes
sobre o passado vá de encontro a uma concepção mais crítica e real.
A importância do debate Étnico-racial.
O ensino de História da África há muito é marcado por pontos
específicos: escravização dos povos africanos e imperialismo. Quando fora desse
contexto, só é possível perceber uma preocupação com relação ao continente
africano quando estudado Egito antigo.
Ainda assim, esse estudo parece distante das ideias de
África, enraizados em nossa formação. O Egito não parece fazer parte da África,
uma vez que este foi - no seu processo de construção - um grande império.
Alheio a isso, o resto do continente se torna um grande vazio cultural e
econômico.
É nesse sentido que a Lei 10.639 torna-se fundamental no
ensino de História. No momento em que se torna obrigatório, os educadores
precisam trabalhar a importância de ressignificação e valorização cultural de
nossas raízes em parte africanas na formação do povo brasileiro, a medida que o
aluno se perceba enquanto parte daquela cultura, combatendo o racismo e
preconceito por meio da educação.
A representatividade é um fator importante na formação
cidadã de um indivíduo. Isso perpassa por livros, uso de autores negros,
desenhos, séries, brinquedos, filmes. Uma infinidade de recursos onde o ser se
enxergue, se perceba como agente da construção histórica, capaz a ocupar
espaços e permanecer inserido neles.
Ensinar História Antiga é uma tarefa árdua ao se pensar a
História como processos de continuidades e rupturas. Fazer o aluno perceber
aspectos históricos antigos no seu cotidiano requer sensibilidade e cuidados. A
problemática expande quando se pretende relacionar aos estudos de África
antiga. Um assunto distante e pouco debatido, comercializado em livros
fictícios e recursos midiáticos abre brechas para estereótipos e disparidades
históricas. Utilizar recursos multimídias para ensinar África e, mais
especificamente, Egito antigo, torna-se perigoso quando não há uma reflexão
prévia sobre alguns aspectos:
Qual a finalidade do diretor em produzir esse filme? Por que
os personagens são ou agem de determinada maneira? Houve uma preocupação com
relação a veracidade dos fatos? Qual o público que pretende-se alcançar com tal
produção? Essas problemáticas podem nortear o uso de filmes para o ensino,
independente do recorte que queira utilizar.
Tratando especificamente de Egito Antigo, desconstruir os
estereótipos pode ser o primeiro passo para utilização positiva desses
recursos. Nem sempre é necessário o uso de filmes e outros meios audiovisuais
para afirmar o que pretende-se repassar aos alunos. Trabalhar com a ideia de
desconstrução pode ser produtiva quando bem utilizada, e a problematização de
filmes, novelas entre outros recursos audiovisuais são uma importante
ferramenta para isto. Desta feita, nota-se a importância desses recursos para o
processo de ensino-aprendizagem de História, e não somente apropriação destes
recursos como um reforço do conteúdo estudado se faz necessário, mas também uma
crítica em torno destas produções, suas narrativas etc. que acabam por
influenciar as concepções dos alunos sobre o passado, nem sempre de forma positiva.
Bibligrafia:
*Edimar Ribeiro dos Santos Junior é Graduando no curso de
História da Universidade Federal do Pará, Campus de Ananindeua. Foi bolsista
Pibic financiado pelo CNPq entre Agosto de 2016 e Agosto
de 2018 no projeto: A utilização da cartografia no ensino de história da
Amazônia: balanço da produção bibliográfica escolar entre as décadas de
1980-2010. Email: junior.ej13@hotmail.com
***
ABUD, Katia Maria. A construção de uma Didática da História:
algumas ideias sobre a utilização de filmes no ensino. História, São Paulo, 22
(1): 183-193, 2003.
BRITO, José Eustáquio de. Educação e Relações Étnico-racias:
desafios e perspectivas para o trabalho docente. Ano 14 – n. 18 – Dezembro 2011
– p. 57-74.
CARDOZO, Ciro Flamarion S. O Egito Antigo. São Paulo:
brasiliense, 2004, 10º reimpr. da 1. ed. de 1982.
FONTES, Edilza; ALVES, Davison. O velho: A História de Luís
Carlos Prestes e o Ensino de História do Brasil Republicano. Cadernos do Tempo
Presente, n. 13, jul./set. 2013, p. 5 – 18.
LUCCHESI, Anita, CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. História
Digital: reflexões, experiências e perspectivas. In: MAUAD, Ana Maria de
Almeida, Juniele Rabêlo de, SANTHIAGO, Ricardo (org.). História Pública no
Brasil: Sentidos e Itinerários. São Paulo: Letra e Voz, 2016, pp. 149-163.
SAGREDO, Raisa. De José do Egito ao Os Dez Mandamentos:
olhando o Egito Antigo através da TV brasileira. VI Semana Acadêmica de
História.
Olá! Senhor Edimar Santos, gostaria de parabenizar seu texto, o achei bem interessante e plausível. Da mesma forma como que achei muito destemido de sua parte, falar sobre uma temática que apesar de utilizar uma abordagem do ensino de História, toma como ponto de partida a História Antiga, que é pouco valorizado no meio acadêmico da nossa região (tendenciosidade), e é tratado de forma desleixada no ensino básico. Todavia, me ocorreu uma dúvida! Você menciona que é importante problematizar é representação da mídia em relação ao Antigo Egito, e de fato você tem razão! No entanto, levando em conta a pesquisa que você fez para produção desse texto, haveria a possibilidade de intervenção (solução ou alternativa) que de conta dessas problemáticas que você abordou para o ensino de História, levando em consideração a licença poética que as emissoras e produtoras sempre utilizaram na produção de filmes ou novelas, que estão inpregnados de discursos próprios. Se sim, me esclareça?
ResponderExcluirBom dia André Lisboa! Antes de mais nada, agradeço enormemente sua pergunta, e principalmente seu elogio, é muito gratificante para mim!
ExcluirSobre o questionamento, sabemos que os meios de comunicação, em sua maioria, não são obrigados a ter um compromisso em representar os fatos com base em fontes, em estudos confiáveis, existe até mesmo a chamada "licença poética" que você bem mencionou. Contudo, a meu ver, e tento deixar esta opinião ao longo do texto, o professor perante isto, deve se apropriar dessas fontes, e problematizá-las em suas aulas. Partindo de algo que está inserido na vida do aluno, e que muitas vezes lhe causa mais interesse, como são os filmes por exemplo, tendo um olhar de forma crítica sobre essas produções, para em seguida, discutir propriamente a respeito do conteúdo, neste caso, sobre Egito Antigo, de forma a contribuir para a construção de uma visão mais crítica e coerente do passados nos alunos.
Espero ter respondido minimamente sua pergunta, obrigado!
Obrigado pela resposta meu caro amigo! Foi satisfatória!
ExcluirAtt.
André Lisboa.
Esqueci de me identificar.
ResponderExcluirSou André Lisboa Lopes, eu fiz a pergunta acima!
Boa noite Edimar
ResponderExcluirEm primeiro lugar parabéns pelo texto
Tenho uma dúvida em relação ao texto e também uma indicação sobre a temática
Minha dúvida diz respeito ao usos dessas mídias audiovisuais em sala de aula, principalmente em um contexto de problematização e crítica ao que é representado. Em qual faixa etária você acredita que tais questões seriam mais pertinentes para serem tratadas? Considerando que a matéria de Egito Antigo pode ser vista pela primeira vez no currículo de História entre o sexto e sétimo ano do Fundamental II, mas que tais questões talvez sejam muito complexas e avançadas para tal idade.
E agora a indicação. Faço parte de um grupo de estudos sobre videogames dentro da perspectiva das ciências humanas em minha faculdade. Se tratando de mídias alternativas atuais que representam o Egito Antigo, eu sinto que caberia neste texto o estudo de videogames, já que é um parâmetro da cultura pop muito disseminado nos dias de hoje e apresenta representações dignas de análise e problematização. Indico para você um jogo chamado "Assassin's Creed: Origins", lançado em 2017 que se passa na época do Egito Ptolomaico, com uma grande atenção a detalhes e a fidelidade histórica, mas também não imune aos anacronismos e problemáticas de uma representação ocidental sobre o Egito Antigo.
Obrigado pela atenção
Lucas Almeida Fernandes
Bom dia Lucas! Primeiramente, obrigado pelo incentivo e pela pergunta, é uma satisfação recebê-los.
ExcluirSobre o questionamento, é muito pertinente. A temática sobre Egito Antigo, normalmente nos currículos escolares, é abordada no sexto ano, como você disse, e também no 1 ano do ensino médio. Como bem sabemos, as abordagens, linguagens e problematizações devem ser adquedas a faixa etária e nível cognitivo que a criança possuí na idade que se encontra. Creio que uma abordagem um pouco mais profunda sobre as questões discutidas no texto, podem ser feitas em turmas do 1 ano do ensino médio, sem que se torne muito complexo para os respectivos alunos. Já para uma turma de sexto ano, concordo que questões como, por exemplo, representatividade entre outras seja um tanto difícil de se trabalhar, mas, importante e interessante seria o professor se apropriar dessas produções como uma ferramenta que contribua para a explicação do conteúdo, visto que essas produções muitas das vezes influenciam a visão que o indivíduo tem sobre o passado. selecionar certas incoerências e com isso ir esclarecendo aos alunos como se dava o funcionamento da civilização egípcia em seus diversos aspectos.
Espero ter respondido minimamente sua pergunta.
Sobre sua indicação, realmente os videogames são de extrema popularidade e causa uma atração enorme nos alunos, e podem ser uma importante fonte de análise neste sentido, concordo que ele poderia estar dentro do texto, obrigado!
ExcluirO jogo indicado é de meu conhecimento, toda a franquia de "Assassin's Creed" é muito interessante historicamente falando, vou buscar analisar o indicado por você!
Sobre seu grupo de pesquisa, achei extremamente interessante! Se você pudesse deixar aqui o nome do grupo e talvez alguma indicação de trabalho eu ficaria muito grato! Obrigado!