CAFEICULTURA & MEMÓRIAS: HISTÓRIAS DOS TRABALHADORES DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO DO IVAÍ-1980-1990
 Eliane Aparecida Miranda Gomes dos Santos

Resumo: Buscamos tratar no presente trabalho, os fatos históricos do município através da memória dos trabalhadores desse período de 1980 e 1990, período que São Pedro do Ivaí enfrenta o êxodo rural, devido o fim do cultivo da cafeicultura, após a Geada Negra de 1975.  O trabalho desenvolveu-se pela perspectiva da história oral, haja vista, as entrevistas dos trabalhadores ser para nós a fonte que possibilita o contato com o passado do município. A sustentação teórica se dá pela obra de Paul Ricouer, A memória, a história, e o esquecimento (2017) e a obra de Stuart Hall, a identidade cultural na pós-modernidade (1992) colaboram na compreensão da identidade dos trabalhadores e agricultores envolvidos com a lavoura do café nesse período da história de São Pedro do Ivaí.

Palavras-chave: Café. Geada. Memória e Identidade.


INTRODUÇÃO

Em 1948 o município de São Pedro do Ivaí é colonizado e sua emancipação politica acontece em trinta (30) de outubro de 1955, de lá para cá o município passou por várias situações adversas, dentre elas percebemos uma de grande relevância que custou a evasão de mais da metade da população são-pedrense. O fim do cultivo da cafeicultura, após a Geada Negra de 1975 que representou um baque para o desenvolvimento social e econômico da localidade.

Devido à influência dos ingleses através do Lord Lovat que esteve à frente da Companhia de Terras do Norte do Paraná, que se encontra desde 1925 no Paraná envolvida diretamente com a colonização do norte, “a iniciativa da Companhia de Terras e de outras companhias colonizadoras, particulares, fez povoar densamente a região” (WESTPHALEN, 1968, p. 19).

Muitas famílias chegavam à cidade em busca de terras que fossem favoráveis ao cultivo da lavoura de café para construírem suas vidas economicamente, conforme relatos dos depoentes, muitas dessas famílias arriscavam a sorte, acompanhados dos filhos pequenos em um lugar sem nenhuma assistência e segundo os entrevistados as estradas eram de difícil acesso a outras cidades, um tanto contraditório ao que lemos “toda a área colonizada pela Companhia de Terras Norte do Paraná foi dotada de boas estradas” (WESTPHALEN, 1968, p.18). Dessa maneira, observamos como a história oral colabora para o conhecimento dos fatos que envolvem esse movimento migratório, dando-nos a oportunidade de conhecermos os sentimentos que invadiam os indivíduos envolvidos nesse cenário de desbravamento e colonização dessa região considerada por eles e para as elites da época como promissora. Os moradores que chegaram às terras de São Pedro do Ivaí de acordo aos trabalhadores entrevistados, não demonstravam medo, pois havia nesse espaço (São Pedro do Ivaí) grandes extensões de terras, livres de qualquer conflito e disputas.

As famílias que chegavam ao município vinham intencionadas a cultivar a lavoura do café, haja vista, que muitos desses indivíduos vinham de “São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e outros Estados” (RAINATO, 1997, p. 9). Após a chegada dessas pessoas a localidade de São Pedro do Ivaí e depois de árduos trabalhos para no desbravamento das localidades demarcadas, preparou-se as terras e iniciou o cultivo da lavoura cafeeira e para a manutenção das famílias, no meio dos cafezais, que os trabalhadores denominam de “ruas” cultivavam outras lavouras como: feijão, milho, melancia, dessa maneira desenvolvia outras lavouras enquanto os cafezais cresciam.  

1. MEMÓRIAS E HISTÓRIAS DOS TRABALHADORES DE SÃO PEDRO DO IVAÍ.

Percebemos a necessidade de se manter a memória sobre os fatos importantes na construção da formação do município de São Pedro do Ivaí e para que ocorra essa rememoração e que se registra a história dos trabalhadores e produtores da lavoura cafeeira por meio das entrevistas dos indivíduos que se aventuraram no desbravamento das terras locais. No desenrolar das entrevistas os depoentes fazem como uma reconstrução do que viveram, porém, é necessária a atenção para que se mantenha o objetivo das entrevistas, haja vista, a tendência dos entrevistados de enfatizar fatos de vitórias e alegrias, camuflando assuntos que não lhes pareçam agradáveis, e a Geada Negra de 1975 com todas as consequências na vida dos trabalhadores é um desses assuntos, parecendo haver uma relutância das pessoas em falar sobre  o assunto. Dessa maneira, entende que “o processo de memorização é especificado pelo caráter construído das maneiras de aprender visando a uma efetuação fácil, forma privilegiada da memória feliz” (RICOEUR, 2007, p. 73).

Conforme os depoimentos dos entrevistados, Aparecido (2014) e Augusto (2014) e Benedita (2014) por onde olhasse em São Pedro do Ivaí se via a lavoura cafeeira e em uma extensão considerável na localidade em seus primórdios. Aparecido nos relata que o município “[...] era tudo cafezal, era inteiro tudo café”. Em outra entrevista Benedita diz os nomes das localidades (fazendas) que tinham o café como carro chefe nas propriedades. “[...] A Barbacena ali, só era café! A Tucambira só era café! A água limpa só era café!” Por alguns anos a cultura do cultivo da lavoura de café foi predominante no município, porém os depoentes relatam que enfrentaram muitas dificuldades para manter a produção “[...] não era fácil não, tocar a lavoura de café, porque o preço dos cereais era muito baratinho”

A trabalhadora entrevistada Maria (2017) nos diz que chegou a São Pedro do Ivaí ainda bebê, trabalhou desde criança na lavoura de café comenta sobre os momentos que marcaram a sua infância.

“[...] então o meu pai fez um tipo de rastelinho assim, de 3 dentes, que era pra enfia bem no meio da cova do café, pra vê primeiro  né? Se não tinha nenhuma aranha perigosa, um bicho ali, uma cobra, se tinha chamava ele, se não tinha a gente ai limpava bem o tronco do café e naquele tempo tinha aquelas toras grandonas que atravessava as ruas de café e tinha que limpar em volta porque o café caia em cima em volta, ai eles faziam uma vassorinha de bambu pra gente ir varrendo tudo, varrer a lera que fala, que assim aquele cordão de terra que o café caia em cima e tinha aquele matinho do tempo do frio que dá muito aquele matinho e o café fica ali enfiado no meio, tinha que pega aquela vassorinha de bambu e trazia ele tudo pra baixo assim, pra depois passar rastelando, né?”

Assim, Maria aprendeu a trabalhar nas lavouras de café que foi relevante para a formação do município. Ao ouvir Maria, percebemos a satisfação ao rememorar esse período e conforme o pensamento dela, de alguma maneira ela contribuía com as tarefas da família nos trabalhos de manutenção dos cafezais. Nesse período nos trabalhos das lavouras cafeeiras todos os membros das famílias eram envolvidos no cultivo do café, pois, a lavoura tem vários processos como nos apresenta o sr. Aparecido que está em São Pedro do Ivaí desde 1952 quando tinha dez anos de idade.

“[...] antigamente não era como hoje que o cara planta café de enxadão, naquele tempo as cova de café era 30 por 40, 30 de fundura e 40 de espessura, né. Então, ponhava a semente, cobria de madeira com 45 dias ele nascia. Nasceu orelhinha de onça,  raleava, e deixava seis mudas, quatro a seis, quatro a seis por cova, era plantado de três metros por quatro de espessura de rua por cova de café né?”

Ele nos explica como era o plantio do café, conforme o depoente a maneira atual do cultivo mudou. Mas, reforça que o cultivo da lavoura é bem trabalhoso e que muitas vezes a família não dava conta dos trabalhos precisando contratar mão-de-obra de fora, no caso os trabalhadores moradores das cidades que trabalham nas áreas rurais, “os volantes” popularmente conhecidos como os “boias-frias” (NETO, 1993, p.145).

Quanto mais ouvimos os depoentes, vamos percebendo a importância desses relatos para manter a memória do município e como os estudos de Paul Ricoeur, na obra “A memória, a história, e o esquecimento” toma sentidos, pois, “é na fase da escrita que se declara plenamente a intenção historiadora, a de representar o passado tal como se produziu”, assim percebemos nas análises realizadas das entrevistas, o passado do município se mostrando a cada história dos indivíduos (RICOEUR, 2007. p. 147).

No decorrer das entrevistas, em alguns momentos percebe-se uma relutância dos indivíduos de acessar o passado como se quisessem esquecer determinados assuntos, por exemplo, como foi à reação dos trabalhadores e produtores da lavoura de café ao presenciarem os cafezais queimados devido à geada negra do dia dezoito de julho de 1975. O entrevistado Aparecido (2014) rememora que

“[...] olhava na lavoura de café, que foi varrido nós tinha café rastelado pra catar no outro dia, portanto você olhava os montes nos pés de café, aquilo estava tudo crivado parecia um porco espinho, o gelo tudo pinicado assim, o chão branquinho, virou tudo biju, poça d’água no carreador virou biju, tão forte que foi”.

Foi um episódio marcante a todos os entrevistados afetando a vida de cada um deles e automaticamente de toda a comunidade são-pedrense da época, mudando suas rotinas, seus modos de vida e obrigando-os a mudar, buscando novos meios de sustentos aos seus familiares, interferindo em suas identidades.  Dessa maneira, essa história pouco registrada não pode cair no esquecimento.

Mesmo muitos dos trabalhadores e produtores da lavoura preferirem esquecer esse período da história de São Pedro do Ivaí, o mesmo não pode ser sufocado com sentimentos de tristezas de muitos dos afetados pela gélida noite do dezoito de julho de 1975. Aparecido (2014) relata que diante aquela situação só restavam a eles esquecerem e continuarem.

“O problema para recuperar aquilo não tinha nem como recuperar. A solução foi cortar, veio aquela geada brutal todo mundo ficou abalado porque você sabe uma lavoura produtiva vir ao chão, para começar tirar de novo, não é fácil não, né? Não foi um nem dois, todo mundo ficou apavorado, assim abalado, o remédio foi o que? Ergue a cabeça e trabalhar, cortar o café no chão e espera vir a brota e conservar aquela plantinha e a brota veio, porque as terras aqui são muito boa”.


Em meio à desolação dos prejuízos causados pela geada, Aparecido ainda reforça a qualidade das terras, haja vista, ser esta um atrativo para a colonização do norte do Paraná e também do município em questão.

Reforçamos que esses trabalhadores quando chegaram a São Pedro do Ivaí, trouxeram com eles, além da vontade de desenvolvimento econômico familiar, seus modos de vida suas culturas, sendo assim, com essas variedades de culturas paulistas, mineiras, pernambucanas e que se construiu a identidade local. Identificamos nas entrevistas com os depoentes que os são-pedrenses são tradicionais e cultivam costumes ligados à religião, são pessoas que mantém o hábito de estarem em famílias,  participando dos  festejos em comunidade.
Aparecido (2014) nos diz

“[...] todo sábado, difícil o sábado que não tinha uma brincadeira com cavaquinho e violão, não era sanfona porque naquele tempo quase não tinha sanfoneiro, era cavaquinho e violão. O cara armava quatro a cinco furquia, uma no meio e quatro em volta com quatro a cinco lampiãozinho desse daqui, (nos mostra o lampião que ele guarda) um em cada quanto e um perto do tocado de violão né! E aí o povo rodava até quatro e meia da manhã. Era toda semana, eu vou falar para você não tinha uma semana que não tinha um terço e depois do terço era café, servia anisete, amendoim torrado. Era aquela festa! E dava gente!”  

Ao relembrar esse fato, Aparecido apresenta a rotina de final de semana da população local que iam as missas a pé, e quando ele diz “era assim de gente” faz referencia a quantidade de pessoas que faziam esse percurso e nesse período de 1972/73 que ele menciona foi o período de um grande número de população no município, devido às fazendas que cultivavam o café e os trabalhos com a lavoura exigiam um contingente considerável de mão de obra.  A população local hoje é de 10.167 habitantes conforme o ultimo censo de 2010 (IBGE). Mas, no ano de 1975, a população do município era de 24.367 habitantes e após a Geada de 1975 alguns trabalhadores e produtores da lavoura cafeeira, devido aos prejuízos, e conforme o depoente Augusto (2014) “venderam suas terras e foram embora para as cidades maiores como Curitiba, São Paulo”. Toda essa situação causada por esse fator climático de 1975 foi de grande relevância ao município supracitado, pois, nos leva a imaginar como seria hoje, a realidade dos munícipes, se por ventura, não tivesse acontecido tal fenômeno.   

É interessante observamos as falas dos depoentes, nesse processo de rememorar, pois, há divergências nas opiniões sobre o declínio da cafeicultura no município, Aparecido rememora todo o episódio da geada negra com pesar e reforça, se ele fosse mais jovem continuaria a produzir a lavoura, esse depoente demonstra um sentimento de gratidão ao que ele conseguiu devido o cultivo da cafeicultura.

No caso de Augusto ele rememora como a sua família vivia no período de cultivo da lavoura diz ele, ainda bem que aconteceu a geada, pois, foi por causa dela que decidimos dar fim ao cultivo do café. Conforme esse depoente com o cultivo da soja e do trigo eles só progrediram. Com a lavoura do café eles tinham sofrimento e preocupação.

 Referimos-nos a declínio e não a extinção da lavoura cafeeira, pois, há na localidade algumas famílias que permanecem cultivando a lavoura, Augusto (2014) os menciona em sua fala. Esse senhor com o pseudônimo de Daniel (2018) nos diz que está no município desde 1960, plantou café até 1975, mudou de lavoura, porém retornou a cultivar o café, pois, segundo ele, é mais rentável.

Sobre os hábitos dos trabalhadores e produtores da lavoura de café de São Pedro do Ivaí a depoente Maria (2017) rememora que após a rotina de trabalho na roça, a sua família ao chegar em casa, liam o salmo em família, nos assegura o que já discutimos acima, sobre a religiosidade do povo que nessas terras se aventuraram, sendo dessa maneira uma característica do povoado.

Maria (2017) também cita como foi à reação de seus familiares diante os prejuízos causados pela geada de 1975. Em anos passados já tinha geado, em 1953, 1955 e 1968, porém, somente a geada de 1975 contribuiu com o fim da lavoura no estado do Paraná, deixando os agricultores completamente sem esperança.

Os relatos de memória que os depoentes nos apresentam, ou seja, a história “o discurso está à procura de um interlocutor qualquer” que seja um historiador para se registrar através das narrativas esse período importante de São Pedro do Ivaí (RICOEUR, p. 153).

Essa instabilidade que sobreveio sobre os envolvidos com a lavoura cafeeira, os obrigam a mudar suas maneiras de trabalho, o que produzir agora? Dará certo, ou não, buscar informações ou formação sobre a nova realidade. A saída foi migrar para o cultivo das chamadas lavouras brancas, como o trigo e a soja, mas e aqueles indivíduos que precisaram migrar para outros espaços, outras cidades e até mesmo outros estados? Prevejamos a insegurança que os visitaram, eles estavam habituados a cultivarem a lavoura de café, pois, conforme os relatos de alguns depoentes, a maneira de lidar com a lavoura, o conhecimento foram passados a eles pelos pais, sendo assim, o cultivo do café era feito como uma continuação, ou seguindo uma tradição.

Restou a esses trabalhadores a alternativa de buscarem outras regiões que lhes oferecessem trabalhos, estava à frente deles a  oportunidade  de descobrirem “novas identidades”. Mas, essas mudanças, não teria causado uma “crise de identidade” nesses indivíduos?  Pois, somos envolvidos por um sentimento de pertença quando estamos por muito tempo em um lugar, sendo assim, esse sujeito assumiu “identidades diferentes em diferentes momentos, identidades que não são unificadas ao redor de um ‘eu’ coerente” (HALL, p.07).

Conforme Hall (1992, p.09)

“Essa perda de um sentido de si é chamada, algumas vezes de deslocamento ou descentração do sujeito. Esse duplo deslocamento- descentração dos indivíduos tanto do seu lugar do mundo social e cultural quanto de si mesmos – constitui uma “crise de identidade” para o indivíduo”.


Acreditamos que esse deslocamento do lugar que se habita ocorrendo de maneira brusca e não planejada, possa causar uma “crise de identidade”. Uma vez que, esse sentimento de pertença nos permite ter a sensação de segurança. Felizmente, nenhum dos entrevistados passou por essa situação, mas, no campo das ideias é o que se pressupõe ter acontecido com os trabalhadores que não tiveram a mesma sorte.

De acordo, o depoente Edmundo (2015), no ano de 1980 para evitar uma evasão maior da população, um grupo de pessoas se reúnem e decidem visitar uma Usina de açúcar e Álcool.

“Foi juntado na época vários associados, pessoal da fazenda Bulha, que era o Seu Junqueira,  seu Antônio Campanholi, também entrou seu Silvério Seco e também a fazenda Barbacena através do seu Jaime Longo, que São Pedro do Ivaí deve muito, muito, muito, três vezes eu falei, é o Seu Jaime Longo, São Pedro do Ivaí deve muito pra esse homem”.


Dessa maneira, conseguiu-se frear a evasão da população que era uma preocupação aos governantes locais. A Usina instalada no município empregou e emprega pessoas da cidade e região, teve época que muitos sonhavam em trabalhar na Usina de Açúcar Álcool Vale do Ivaí.

CONSIDERAÇÕES
Insistimos na ideia que os munícipes de São Pedro do Ivaí necessitam ter acesso aos fatos que consideramos importante para a construção dessa comunidade. Dessa maneira, a história oral através dos depoimentos dos entrevistados é de suma relevância. O que os trabalhadores e produtores da lavoura de café viveram faz parte do constructo dessa localidade. Cada situação vivida por esses trabalhadores e produtores de café com o dramático fenômeno da Geada Negra de 1975, suas iniciativas de migrarem para a produção de outras lavouras, os relatos sobre presenciarem moradores tendo que ir embora, mudando-se para grandes centros nos permite imaginar que os anos de 1975 a 1980 não tenham sido os melhores anos para a população local.


Fontes Orais:

APARECIDO. Aposentado. 78 anos. Entrevista Concedida a Eliane Aparecida Miranda. São Pedro do Ivaí, 01 de maio de 2014.
AUGUSTO. Trabalhador Rural. 59 anos. Entrevista Concedida a Eliane Aparecida Miranda. São Pedro do Ivaí, 30 de março de 2014.
BENEDITA. Aposentada. 83 anos. Entrevista Concedida a Eliane Aparecida Miranda. São Pedro do Ivaí, 30 de março de 2014.
Edmundo. Aposentado. 78 anos. Entrevista cedida a Eliane Aparecida Miranda, 08 de setembro de 2015.
MARIA. Aposentada. 64 anos. Entrevista concedida a Eliane Aparecida
Miranda Gomes dos Santos. São Pedro do Ivaí, 21 de Julho de 2017.


Informações sobre a autora do trabalho:

Eliane Aparecida Miranda Gomes dos Santos.
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO). Licenciada em História pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Especialista em História Cultura e Arte também pela UEPG, Especialista em Religião, Sociologia e Filosofia pela Faculdade Eficaz, Especialista em Metodologia de Ensino de História pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI), Especialista em Educação do Campo pela Faculdade de Tecnologia do Vale do Ivaí (FATEC).


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


Hall, Stuart.  A identidade Cultural na Pós-modernidade. Tradução: 1992.


NETO, José Miguel Arias. O Eldorado. Representações da Política no Norte do Paraná -1930/1975. Londrina, PR. 1993.


RAINATO, Luiz Gonzaga. A história do nosso município. São Pedro do Ivaí, PR, 1997.


RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas, São Paulo, 2000.


WESTPHALEN, Cecília Maria; MACHADO, Brasil Pinheiro; BALHANA, Altiva Pilatti. Nota Prévia ao Estudo da Ocupação da Terra no Paraná Moderno. 1968.

7 comentários:

  1. Parabéns pelo texto, Eliane!
    Excelente pensar no silenciamento dos entrevistados e o quanto isso fala para quem utiliza a metodologia da História Oral.

    Comentário de: Nikolas Corrent

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    1. Obrigada Nikolas!Trabalhar com a história oral em meu ponto de vista é riquíssimo!! Me sinto como Alessandro Portelli menciona, estar diante de um entrevistado é "sempre como estar diante do manancial da contação de histórias" não se pode prever o que ouviremos até que se ligue o gravador, é sempre surpreendente!

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  2. Quais as dificuldades encontradas no decorrer de sua pesquisa, visto que você trabalha com a História Oral?

    Comentário de: Nikolas Corrent

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    1. Boa noite, Nikolas! A dificuldade encontrada no meu caso é manter o distanciamento das fontes para que as análises sejam eficientes. Especialmente quando os entrevistados rememoram o fenômeno intitulado Geada Negra que levou o fim a lavoura cafeeira deixando os trabalhadores em situação financeira muito difícil. Nas entrevistas eles narram o episódio com muita emoção.

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  3. Boa tarde, Eliane! Parabéns pelo texto!

    Visto que seu objeto de estudo possui aspectos de natureza regional, gostaria de saber como você pensa o conceito de região e como enxerga a contribuição deste conceito para os estudos locais?

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    1. Comentário: Jeferson do Nascimento Machado.

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  4. Bom dia, Jeferson! A pergunta é muito pertinente, obrigada.
    Bom, na perspectiva de Certeau (1998) os espaços são moldados e transformados em lugares com significados, na prática da inserção e inscrição de significados que, compartilhados através da linguagem, transformam os usos que os indivíduos fazem dos mesmos. Essa perspectiva é importante para a minha pesquisa, uma vez que parte do entendimento da região não como mero elemento físico/geográfico, mas que antes conserva suas particularidades em razão das pessoas que se encontram inseridas em determinado espaço fabricado.

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