EDUCAÇÃO DE JOVENS, ADULTOS E IDOSOS: EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Francy Taissa Nunes Barbosa 1
Laura da Costa Baía 2
Wesley Oliveira Kettle 3

Resumo: Este trabalho é parte integrante do projeto de extensão aprovado pelo edital nº. 01/2018 do Programa Institucional de Bolsa de Extensão-PIBEX ligado a Pró-reitora de Extensão da UFPA-PROEX, o qual tem como objetivo elaboração de recursos didáticos para trabalhar a educação ambiental e o ensino de história com os alunos da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJA), no município de Ananindeua-PA. Somado a isso, o projeto tem um papel importante, pois almeja realizar a extensão do que é trabalhado na Universidade para algumas escolas de Ananindeua, uma vez que queremos compartilhar com os professores e alunos os recursos didáticos que forem produzidos, para contribuir com o trabalho que as escolas desenvolvem.  O projeto tem um caráter interdisciplinar e inclusivo, ou seja, abordará diversas temáticas do campo da história e de outras disciplinas e da educação ambiental, de modo acessível, para que todos os alunos da EJA possam participar. Nesse contexto,no primeiro momento, falamos sobre a importância da educação ambiental no projeto, em seguida caracterizamos o que é a EJA e mostramos suas especificidades e por fim, falamos sobre a elaboração dos recursos didáticos.

Palavras-chave: Ensino de História; Educação Ambiental; Educação de Jovens, Adultos e Idosos; Recursos didáticos.

A educação ambiental começou a ganhar força a partir da década de 60 e 70, sobretudo devido aos impactos ambientais provocados pela ação humana.

Nesse contexto, a conferência de Estocolmo Evento organizado pela ONU que discutiu com o mundo sobre algumas questões ambientais - que ocorreu em 1972, discute em seu princípio 19, a sua preocupação com a questão educacional sobre o meio ambiente:

É indispensável um esforço para a educação em questões ambientais, dirigida tanto às gerações jovens como aos adultos e que preste a devida atenção ao setor da população menos privilegiado, para fundamentar as bases de uma opinião pública bem informada, e de uma conduta dos indivíduos, das empresas e das coletividades inspirada no sentido de sua responsabilidade sobre a proteção e melhoramento do meio ambiente em toda sua dimensão humana [...] (ONU, 1972).

Levando em consideração as afirmações acima devemos trabalhar a questão da educação ambiental dentro da sala de aula, pois desde a implementação da lei nº 9.795/1999, que tornou obrigatório a discussão sobre a educação ambiental nas aulas, esse assunto vem sendo cada vez mais debatido e trabalhado nas escolas. Segundo essa lei, a educação ambiental é um componente essencial da educação nacional e deve estar presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo. Logo, deve englobar desde a educação básica até o ensino superior.

Nesse sentido compreendemos que é essencial uma educação ambiental para todos independentemente da faixa etária, por isso, escolhemos trabalhar a extensão na área da educação básica, com a modalidade da EJA, porque há pouquíssimas pesquisas que envolvam a EJA, a educação ambiental e o Ensino de História. Discutir o que é a EJA e para que serve, também faz-se de grande relevância.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB 9394/96, em seu artigo 37, “A EJA será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria”. Mas será que existe uma idade própria para estudar? Ou será que a educação se dá ao longo da vida? Quem são os sujeitos da EJA? De acordo com o autor Arroyo:

Reconhecer os jovens e adultos como sujeitos de “rebelião” confere a seus itinerários por educação radicalidades político-pedagógicas que redefinem a função da EJA, das escolas públicas e do trabalho dos seus profissionais. Confere especificidades na formação de profissionais capacitados a entender essa “rebelião” que esses sujeitos levam a EJA, às escolas: formação para entender, acompanhar o problema de sua humanização-desumanização. (Arroyo, 2017, 9)

Isto quer dizer que a EJA, bem como a formação de professores que trabalham com Jovens, adultos e idosos precisam ser repensadas, porque continuamos vivendo tempos de opressão, tal qual Paulo Freire aborda em sua obra Pedagogia do oprimido, escrita no período que ele foi exilado do país, na época da ditadura Militar, nos anos 60. Nesse sentido, é necessário que os professores dialoguem com os alunos sobre o contexto atual que estamos vivenciando.

Segundo a pedagoga Silvana Cortada:

Compreender o que é a EJA se faz necessário, devido à sua importância no cenário educacional como instrumento de inclusão da fração da sociedade cujas oportunidades foram subtraídas por efeito da situação política, econômica, social ou cultural do país (Cortada, 2013, 7).

As turmas de EJA são compostas por pessoas de diversas faixa-etárias, adolescentes, adultos, idosos, pessoas com deficiência, com experiências de vida distintas, diversos modos de aprender, personalidades e culturas diversas. “Nessa modalidade, as instituições que oferecem EJA tem sido crescentemente procurada por um público heterogêneo, cujo perfil vem mudando, a cada ano, em relação a idade, gênero, expectativas e comportamentos” (Jardilino; Araújo, 2014, 164).

De acordo com a Arroyo, são muitos os desafios que são colocados aos professores da EJA, dentre eles, destacamos:

Como entender os “corpos precarizados chegando do trabalho? Da sobrevivência às escolas, à EJA. Haverá lugar nos conhecimentos dos currículos para entender os educandos-educadores como totalidades humanas corpóreas? Como trabalhar corpos segregados? Com que outras Pedagogias dos corpos? (Arroyo, 2017, 17)

Entendemos que “na imensa maioria das propostas curriculares, a própria organização e seleção de conteúdos não segue em nenhum momento a complexidade de estar no mundo, da vida cotidiana e das aprendizagens que nela ocorrem” (Oliveira, 2007, 91-92). Assim, é imprescindível o papel do professor no sentido de trabalhar com os alunos respeitando a experiência de vida e a faixa etária dos mesmos, bem como utilizar recursos didáticos interdisciplinares e inclusivos que envolvam a educação ambiental, haja vista que essa temática é um dos temas transversais, isto é, conjunto de assuntos que expressam conceitos e valores básicos à democracia e à cidadania e obedecem à questões importantes e urgentes para a sociedade, e o meio ambiente é um tema que pode ser trabalhado dentro da disciplina História, para contribuir com a melhoria da aprendizagem e fomentar a criticidade e reflexão dos educandos, para que eles compreendem melhor a realidade social a qual estamos inseridos, levando em consideração as questões ambientais.

Nesse contexto, os docentes devem ficar atentos para não praticarem uma “Educação bancária”. Freire (2005) afirma que neste tipo de educação o professor “enche” a cabeça dos educandos de conteúdos, os quais são desconectados da realidade. Assim, o professor é visto como o detentor de todo o saber. Nesse sentido, há a negação da busca de conhecimentos, pois em lugar de transformar, o educando torna-se passivo.

Por isso, Freire defende uma educação problematizadora como prática da liberdade, que leve em consideração a historicidade e a dialética dos fatos. Para tanto, há a necessidade da dialogicidade na educação, que tem como principal objetivo a construção de conhecimentos na relação eu - outro, de forma crítica, reflexiva e questionadora.

Nessa perspectiva, buscando métodos para incluir a realidade social dos alunos dentro da sala de aula desenvolvemos um projeto de extensão com o objetivo geral de elaborar recursos didáticos como: jogos, materiais áudio visual e sequência didática para relacionar o ensino de história com a educação ambiental no âmbito da Educação de Jovens, Adultos e Idosos no município de Ananindeua-PA. Dessa maneira, buscamos promover essas metodologias para a inclusão dos alunos com deficiência e propor o debate interdisciplinar. Almejamos também realizar a extensão para algumas escolas de Ananindeua, uma vez que queremos compartilhar com os professores e alunos os recursos didáticos que forem produzidos, para contribuir com o trabalho que as escolas desenvolvem. Dessa maneira, para elaboração desse projeto, devemos saber que o compromisso educacional e as ações éticas são elementos indispensáveis na construção de um lugar escolar, pois segundo Cortada:

Conceber a escola como lugar que permite ao docente e ao discente se construírem como indivíduos-sujeitos, dando os contornos da identidade escolar, configurando-se como espaço de significações e sentidos. Como, também, possibilita o redirecionamento do olhar para os compromissos educacionais, as ações éticas, as práticas profissionais e a garantia dos direitos de identidades concretas, que têm um contexto de realidade própria, que não se confunde com identidades abstratas, que vive no imaginário dos membros da comunidade (Cortada, 2013, 18).

Dessa forma, acreditamos que a educação ambiental para os alunos e alunas da EJA é um caminho de grande importância para a construção de ações éticas, e discutir essa questão dentro de sala de aula com os alunos, torna o assunto ainda mais interessante quando se faz presente na sua realidade local. Para a bióloga Raimunda Gomes e para o professor Benedito Sousa debater a educação ambiental dentro de sala de aula é reconhecer que:

[...] A Educação ambiental, busca a quebra de paradigmas, preconceitos e injustiças, a fim de reverter as desigualdades educacionais, historicamente construídas, respeitando a existência de todos os seres vivos e modos diferentes de ser, viver e produzir, contrariando o sistema econômico vigente, em que prevalece a exclusão social e o uso exacerbado dos recursos naturais. Logo, a educação ambiental enquanto educação política critico reflexiva, busca transcender os muros da escola, com enfoque nas relações sociais estabelecidas entre o homem e a natureza (Gomes; Sousa, 2017, 68).

No desenvolvimento do projeto, pensamos nas questões ambientais presentes no município de Ananindeua-PA que está situado na região amazônica e na região metropolitana de Belém. Esse município apresenta algumas questões ambientais a serem trabalhadas na sala de aula, tais como: lixo, poluição sonora, poluição do ar, poluição dos rios e desperdício de água potável. Nesse contexto, o objetivo geral do nosso projeto quanto à valorização da educação ambiental, é que os professores de história promovam o debate dessas questões em sala de aula para os alunos da EJA com o auxílio de recursos didáticos como jogos, por exemplo, pois a aprendizagem precisa estar relacionada com os problemas locais que os educandos vivenciam. É preciso relacionar também alguns temas da história como: Amazônia, relação campo–cidade, sistema capitalista, impactos ambientais e os povos indígenas. Entendemos que discutir o caráter regional faz-se de extrema importância, para tanto o historiador Wesley Kettle comenta em seu artigo que:

De forma geral, podemos afirmar que a discussão sobre a região amazônica suscita temas que quase sempre perpassam o debate sobre o meio ambiente, ecologia e a proteção ambiental. A mídia em geral tem explorado cada vez mais notícias que trazem à tona problemas como a exploração madeireira, a biodiversidade, queimadas nas florestas, demarcação das terras indígenas, construção de barragens, expansão do agronegócio e outras transformações das paisagens amazônicas. (Kettle, 2017, 64)

Segundo Paulo Freire, “Por que não discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina? ” (Freire, 1996, 30). Pensando nisso, as metas gerais do projeto são: 1-Desenvolver um jogo que trabalhe de forma lúdica a temática da urbanização chamando a atenção para os impactos ambientais no município de Ananindeua/PA; 2-Produzir dois documentários de curta duração para debater a relação dos povos indígenas com o meio ambiente; 3-Elaborar duas sequências didáticas que considere a vocação interdisciplinar da perspectiva sócio ambiental no ensino de história; 4-Trabalhar os recursos didáticos produzidos pelo projeto com os alunos da EJA, em duas escolas municipais de Ananindeua.

Para a pedagoga Inês de Oliveira, “Os conteúdos necessários são aqueles que podem ser utilizados na vida cotidiana como meio para a autonomia do sujeito” (Oliveira, 2007, 98). Portanto, buscar métodos que possam auxiliar na busca por uma autonomia dos alunos é de fundamental importância para esse projeto.

Outro fator de grande importância para o nosso projeto foi de reconhecer que: “Faz-se necessário que a escola se constitua em espaço de potencialização dos processos de aprendizagem vivenciados fora dela e impregnados de saberes socialmente construídos” (Ciavatta; Rummert, 2010, 466). De acordo com essa ideia, nós levamos em consideração para a elaboração dos recursos didáticos que os alunos e alunas da EJA possuem uma vivência fora do ambiente escolar, e fazer com que o ambiente que ele socializa e vive seja preservado é um ato de resistência, considerando o modelo do sistema econômico atual.

Com base na explicação do projeto que foi apresentado acima e sabendo sobre a importância de discutir a educação ambiental com os alunos da EJA, temos a ideia que “A construção da sustentabilidade deve considerar as peculiaridades locais e a diversidade cultural de cada povo, uma vez que é necessária a compreensão da complexidade dos saberes para dialogar dentro de uma sociedade globalizada e excludente” (Gomes; Sousa, 2017, 78).

Nesse sentido, trabalhar com esse público requer metodologias diferenciadas, pois as turmas de EJA são heterogêneas, isto é, compostas por adolescentes, adultos, idosos, pessoas com deficiência que se matriculam na EJA por estarem há muito tempo sem estudar ou por nunca terem frequentado a escola, ou seja, alguns estão alfabetizados e outros não. Além disso, muitos estudantes são trabalhadores e frequentam as turmas de EJA no período da tarde ou noite e chegam cansados na sala de aula. Por esse motivo, é preciso utilizar metodologias diferenciadas tais como: aula dialogada, exposição de documentários, filmes, jogos, imagens, mapas, cartilhas, sequência didática, entre outros, para que o processo de ensino aprendizado fique mais dinâmico e prazeroso.

No entanto, os professores de história que atuam em cidades como Ananindeua, situada na zona metropolitana de Belém, tem tido dificuldade de incorporar à discussão desenvolvida em sala de aula a uma perspectiva ambiental, pois segundo a pesquisa que foi desenvolvida o projeto “História e educação ambiental nas escolas de Ananindeua” Projeto do PIBID-UFPA coordenado pelo professor Wesley Kettle, acredita que:

A educação ambiental consegue englobar essas duas necessidades importantes. Por isso, a pesquisa direcionou-se às escolas públicas do município de Ananindeua para tentar analisar a visão dos professores sobre a questão ambiental e como eles trabalham essa discussão com os alunos. (Cordovil, et. al. 2017, 971)

Eles relatam em sua pesquisa, a dificuldade que os professores tinham de tratar esse assunto dentro de sala de aula.

Nesse contexto, realizamos uma visita na Secretária Municipal de Educação de Ananindeua – SEMED para apresentar o projeto e obter maiores informações sobre a EJA. Segundo informações da equipe, atualmente há 20 escolas que trabalham com essa modalidade, no entanto, esse número já foi maior, até o ano passado eram 30 escolas. Outra informação que nos foi repassada é a de que na 1º e 2º etapas da EJA, o público é constituído por mais idosos e adultos, porém, na 3º e 4º etapa o público é mais jovem. Informaram ainda que há uma evasão muito grande nas turmas de EJA em função da violência na área metropolitana.

Visitamos também a Escola Municipal de Ensino Fundamental Aimée Semple Mcpherson. Dialogamos com a coordenadora da referida escola e em seguida fizemos uma visita nas quatro salas de aula em que os alunos da EJA estavam. A primeira sala que entramos foi uma turma da 3º etapa em que estavam presentes 12 alunos, na maioria adultos. Nos apresentamos para eles e tivemos uma pequena conversa com a turma onde nos foi relatado que nunca a Universidade teria ido naquele local. O que podemos perceber sobre a nossa visita a escola, foi a interação dos alunos conosco, pois alguns se mostraram extremamente interessados com a elaboração do nosso projeto.

Por fim, realizamos uma reunião com duas pedagogas que ministram aula na escola. Apresentamos o projeto, nossos objetivos e metas para a elaboração das metodologias. Falamos sobre a questão ambiental que está presente no nosso projeto e pedimos para elas sugerirem algo. Elas deram a ideia para discutirmos a questão ambiental em Ananindeua relacionando o assunto campo-cidade, relação de paisagem e falando da questão indígena. Elas relataram também que existe muitos alunos que ainda não sabem ler, que a escola possui um aluno que é cego e autista e que existe uma grande quantidade de alunos com dificuldades no aprendizado.

A partir desse encontro, começamos a elaboração do jogo intitulado “Memória urbana” - ver anexo I presente no fim do artigo. Este jogo é de tabuleiro e os jogadores devem acertar as perguntas através das cartas que serão lidas. Pode ser jogado em equipes. Nesse caso, cada uma participa com um só peão e age como se fosse um jogador. Os membros da equipe podem trocar ideias entre si. O objetivo do jogo é levar o respectivo peão até o espaço marcado “fim”, reconhecendo todas as transformações do munícipio de Ananindeua-PA ao longo dos anos, e preservando a sua cidade. O tabuleiro possui casas especiais com as seguintes cores: azul, vermelho, marrom, verde claro e amarelo. Cada uma representa a coleta seletiva do lixo. Quando o jogador parar em uma dessas casas, ele deve ler a carta da cor da casa em que ele parou e em seguida, deve avançar cinco casas.

Nesse sentindo, considerando os argumentos apresentados acima, concluímos que a educação ambiental dentro do ensino de história faz-se essencial para o aluno e aluna para construírem uma consciência histórica de preservação e de identidade. E é necessário que essas metodologias cheguem ao ensino de Jovens, Adultos e Idosos (EJA), que já sofrem por diversos motivos estruturais nas escolas brasileiras e em suas vidas. Pois segundo os autores, Cordovil, Kettle e Murakami:

Com a temática ambiental o docente adquire uma ferramenta capaz de aproximá-lo mais intimamente da realidade do aluno em medida que possibilita um diálogo com a realidade local. Dessa forma pode-se fazer com que os alunos se interessem e se identifiquem com a disciplina de história. Isso é uma boa solução para o grande problema que a disciplina de história enfrenta no ensino básico, ser vista como muito ou totalmente distante da realidade dos discentes. (Cordovil et. al. 2018, 5)

Para se fazer uma educação de qualidade, precisamos notar as diversidades dos alunos e propor aulas e métodos diferenciados para eles, pois a educação é algo essencial para a conscientização de todos dentro da sociedade.


 REFERÊNCIAS:


1 Mestra em Educação e graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). Servidora pública da Universidade Federal do Pará-UFPA/Campus Ananindeua (função: coordenadora pedagógica) e da Secretaria Municipal de Belém-SEMEC (função: professora da Educação de Jovens, Adultos e Idosos/EJA). Coordenadora do projeto de extensão aprovado pelo edital nº. 01/2018 do PIBEX: “Elaboração de recursos didáticos para o ensino de história e educação ambiental de jovens, adultos e idosos (EJA) no município de Ananindeua-PA.”

2 Graduanda de Licenciatura em História pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Bolsista do projeto de extensão aprovado pelo edital nº. 01/2018 do PIBEX: “Elaboração de recursos didáticos para o ensino de história e educação ambiental de jovens, adultos e idosos (EJA) no município de Ananindeua-PA.”

3 Doutor em História Social (UFRJ), com doutorado-sanduíche na Universidade Nova de Lisboa (2014). Mestre em História Social da Amazônia (PPHIST-UFPA). Especialização em Patrimônio Histórico e Artístico (FAU-UFPA). Bacharel e Licenciado em História (UFPA). É Professor Adjunto da Faculdade de História da Universidade Federal do Pará (Campus Ananindeua). Líder do Grupo de Pesquisa em História e Natureza. Subcoordenador do projeto de extensão aprovado pelo edital nº. 01/2018 do PIBEX: “Elaboração de recursos didáticos para o ensino de história e educação ambiental de jovens, adultos e idosos (EJA) no município de Ananindeua-PA.

ARROYO, M. G. Passageiros da noite: do trabalho para a EJA: itinerários por uma vida justa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.


BRASIL. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Decreto-lei nº 9394, de 20 de março de 1996. Cidade: Editora do Brasil S/A, 1996. Site do Planalto. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf>. Acesso em: 26/09/2018.
_______L. Lei nº 9.795, de 27, de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Site do Planalto. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em: 16/05/2018.
CIAVATTA, Maria; RUMMERT, Sonia Maria. As Implicações Políticas e Pedagógicas do Currículo na Educação de Jovens e Adultos Integrada a Formação Profissional. Campinas: Educ. Soc., v. 31, nº 111, 2010, p.461-480.
CORDOVIL, Wendell Presley Machado; MURAKAMI, Victória Emi Vidigal; KETTLE, Wesley Oliveira. Natureza e ensino de História em Ananindeua. In: ALVES, Davison Hugo Rocha; MESQUITA, Thiago Broni de (Org.). As crises da República e o ensino de História: a democracia brasileira em questão - X Simpósio Regional de História. Editora Paka Tatu, 1º ed. 2017.
_______________. Professores de Ananindeua e a educação ambiental em suas aulas de História. In: NUNES, Francivaldo; KETTLE, Wesley. Desafios do Ensino de História e prática docente. 1º ed. 1º impressão, 2018, p. 5.
CORTADA, Silvana. A EJA, Um Território de Compassos e Descompassos. In: EJA, Educação de Jovens e Adultos e seus Diferentes Contextos. Jundiaí: Paco Editorial, 2013, p. 7-39.
FREIRE, Paulo Reglus Neves. Não Há Docência Sem Discência. In: Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1996, p.21-45.
_______. Pedagogia do oprimido. 47º ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
GOMES, Raimunda Kelly Silva; SOUSA, Francele Benedito Baldez de. Educação Socioambiental na Escola Estadual Francisco Filho, Amazônia Amapaense. In: BRITO, Ângela do Céu Ubaiara (org.); DIAS, Alder de Sousa (org.). Educação e Diversidade na Amazônia: práticas, reflexões e pesquisas. Curitiba: Editora CRV, 2017, p.67-83.
JARDILIANO, J. R. L; ARAÚJO, R. M. B. de. Educação de Jovens e Adultos: sujeitos, saberes e práticas. 1 ed. São Paulo: Cortez, 2014.
KETTLE, Wesley Oliveira. A Perspectiva ambiental e o Ensino de História na Amazônia: Experiências no município de Ananindeua.  Revista do LhistePorto Alegre, num.6, vol.4, jan/dez. 2017.
OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Reflexões acerca da organização curricular e das práticas pedagógicas da EJA. Educ. rev. [online], n.29, 2007, p.83-100.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração da conferência de ONU no ambiente humano. (Declaração de Estocolmo), adotada de 5 a 16 de junho de 1972.
WORSTER, Donald. Para fazer História Ambiental. Tradução de José Augusto Drummond. Revista Estudos Históricos. Rio de Janeiro, vol.4, n.8, 1991, p. 198-215.


ANEXO I



13 comentários:

  1. Parabéns pelo texto! Muito válido para o real aprendizado de nossos/as alunos/as a contextualização com a História Local.

    Comentário de: Nikolas Corrent

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    1. Muito obrigada pelo elogio. Penso que devemos fortalecer essa temática na educação básica e na EJA.

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  2. Penso que esse tipo de abordagem é exatamente como a História pode e deve propor, pois a academia está distante dos centros de ensino e possui uma barreira invisível mas tangível, que em deda medida nos coloca, nós como estudantes, professores e pesquisadores do Ensino Superior, em uma posição de altivez. A História precisa se aproximar das escolas e dos centros de ensino, afim de refazer o elo de ligação que originalmente conecta esses entes educacionais e através de uma relação dialógica, possa auxiliar nos processos de aprendizagem e de ensino, pois entendo que essa aproximação é tão necessária e enriquecedora para os dois lados.

    Gustavo Gomes de Medeiros

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    1. Exatamente, Gustavo. A universidade precisa se aproximar mais das escolas públicas, estreitar mais esses laços, extrapolar seus muros.

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  3. O ato de se ter a educação ambiental incluida na historia se faz-se necessária por que contribui para uma identificação das transformações que o meio ambiente passou ao longo do tempo ou serve também para que as pessoas comecem a construir através desse ensino sua visão responsável perante o assunto?

    Marcelo Costa Dias

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    1. As duas coisas, Marcelo. A história vem trazer esse olhar do cenário político, econômico e cultural e servirá de base para se ter uma compreensão mais abrangente dos processos pelos quais se deram a exploração do meio ambiente e as perspectivas futuras.

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  4. A proposta de educação ambiental é extremamente interessante, trata-la com alunos da modalidade EJA é algo realmente imprescindível. Afinal, ter consciência ambiental é uma obrigação de todo cidadão, ainda mais com o alto grau de poluição que tende a piorar, mudanças são necessárias e quanto mais discussões a respeito do tema melhor.
    Essa proposta então, no âmbito do ensino de história, tem um caráter para além do informativo, mas discutida e contextualizada com a realidade socioambiental do aluno, certo?

    Ana Clara Fernandes da Costa

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    1. Certo, Ana clara! É exatamente isso que você comentou. Devemos sempre relacionar as temáticas com a realidade local dos alunos. Ainda mais quando se trata dos alunos da EJA que já carregam consigo experiências de vida e conhecimentos diversos.

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  5. Prezada Coordenadora Francy Taissa, boa noite. Gostaria, inicialmente parabenizá-la e também aos demais autores sobre este brilhante texto referente a educação de jovens, adultos e idosos no tocante a educação ambiental. É muito gratificante saber que existem professores e pesquisadores empenhados na difusão, estudos e pesquisas sobre a educação deste público peculiar, principalmente em relação a História e com uma ênfase no quesito ambiental! Como a senhora vem pesquisando sobre a educação do EJA em caráter da região Amazônica gostaria de perguntar e até mesmo propor, na minha simplicidade sobre o assunto, se nas mais variadas regiões deste país cada professor possa falar da importância histórica que o bioma da Amazônia contribui para todo o contexto ambiental nacional, bem como além de demonstrar a realidade de cada região vivida pelos alunos acrescentarmos tópicos (de fácil entendimento, é claro) do passado histórico vivido pelo povo da região? Colocar um debate de como era o ambiente desta região e a relação de seu povo da época em comparação com realidade de "hoje".

    Muito obrigado pela oportunidade.
    Paulo Roberto Abreu de Azevedo

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  6. É sempre muito bom ver projetos tão importantes como este.
    Principalmente pelo fato de que a Educação de Jovens e Adultos-EJA tem sido desafiadora. Pois, como já explanado no texto, a diversidade do alunado é muito grande. Sendo assim, uma aula precisa ser significativa e motivadora, o que nem sempre acontece, devido à várias problemáticas.
    Gostaria de saber dos caros colegas como vocês enxergam o futuro da modalidade EJA, tendo em vista as mudanças políticas recentes no nosso país e debates em torno da EAD para a então modalidade de ensino.

    Ademais, parabéns pelo projeto, é muito interessante conhecer trabalhos para essa região tão rica do nosso país.

    Lidiana Emidio Justo da Costa

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  7. Olá, Francy, Laura e Wesley.

    Produzir materiais didáticos para a EJA pode ser considerado um desafio para os educadores, já que tal dimensão do ensino revela a existência de sujeitos de diferentes idades e níveis de conhecimento. Diante desse cenário, podemos entender que a elaboração dos recursos didáticos são fundamentais para o processo de formação do aluno da EJA. Além disso, a interdisciplinaridade têm favorecido a dimensão do trabalho didático-pedagógico, por exemplo, o trabalho que realizaram, de onde discutem aspectos da educação ambiental atravessados pelo debate proposto no ensino de história, favorecendo para a construção de um conhecimento capaz de reunir várias perspectivas de análise em um único eixo de discussão.

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  8. Gostaria de parabenizar o belo texto apresentado, pois sempre gostei de trabalhar na EJA por isso percebo que as questões ambientais constituem um grande desafio para toda a humanidade. A crise ambiental, na atualidade, é resultado da estreita relação entre o ambiente natural e o social que provocou o desequilíbrio socioambiental. Assim, são necessárias medidas urgentes quanto a uma conscientização das pessoas que as leve a gerar novos conceitos sobre a importância da preservação do meio ambiente; nesse sentido é inquestionável a relevância da Educação Ambiental ser apresentadas na EJA, pois ainda assim existem grandes dificuldades e desafios na EJA quanto à Educação Ambiental, e é indispensável a articulação de ações educativas, condições adequadas e o maior envolvimento dos profissionais que trabalham para a superação da situação atual e assim possibilitar a conscientização dos alunos e o desenvolvimento da criticidade deles, gerando novos conceitos e valores sobre meio ambiente.

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  9. Primeiramente, parabéns pelo texto. Em relação a educação ambiental, um projeto que acho muito interessante é trabalhar sobre História Ambiental como os estudantes, utilizando-se o espaço escolar como aprendizado, tanto em relação ao meio ambiente quanto em relação ao próprio prédio escolar. Dessa forma, pode-se incluir também a história da instituição de ensino.

    Atenciosamente,
    Edivaldo Rafael de Souza.

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