EM PAUTA, A VIOLÊNCIA: A IMPRENSA E OS CONFLITOS DE TERRA
NO PARÁ (ANOS 2000) – ASPECTOS PRELIMINARES DE UMA PESQUISA
Rafael Souza Ferreira – Bolsista
PIBIC/CNPq
Francivaldo Alves Nunes - Orientador
O texto aqui apresentado consiste de
pesquisa em andamento, com fomento do Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação Científica, PIBIC/CNPQ, e procura evidenciar como a imprensa se
posiciona e repercute os atentados e a violência em áreas rurais na Amazônia,
especialmente no Estado do Pará, nos últimos anos. O referido trabalho está
adentrando atualmente em fase de coleta de dados junto aos dois principais
jornais do Pará, Diário do Pará e O
Liberal; todavia, o acompanhamento das leituras bibliográficas sobre a temática
estudada se fazem obrigatórias e presentes ao longo do processo de pesquisa.
Para esta comunicação, apresentamos resultados quanto a leitura sobre a
temática, tentando fazer um exercício de apropriação de como alguns autores
trataram o tema, o que reflete também nossa posição de como analisar o tema,
quando do contato posterior com a documentação.
Os conflitos pela posse da terra fazem
parte da própria formação histórica do território hoje chamado Brasil. São
abundantes os registros historiográficos sobre confrontos entre nativos americanos
e europeus, conflitos esses gerados principalmente quando se percebeu que ambos
os lados viam nas extensões territoriais – e na luta por estas, seja por
manutenção dos povos já estabelecidos ou conquista por parte dos recém chegados
- significados distintos fundamentados a partir das peculiaridades e
entendimentos próprios de suas respectivas culturas (DORNELES, 2011).
Com o passar dos séculos, esses
conflitos não cessaram, ao contrário, multiplicaram-se. A própria divisão, por
exemplo, de grandes extensões territoriais no episódio histórico brasileiro que
ficou registrado como Capitanias Hereditárias, garantiu que grandes
concentrações de terra continuassem a estar sob domínio de uma minoria
elitizada e dominante, enquanto a maioria da sociedade da época, composta por
pessoas comuns, tinha que se contentar com poucas ou nenhuma área para
sobrevivência.
Os parágrafos anteriores nos remetem à
sociedade brasileira de séculos atrás. Todavia, as permanências de vestígios
culturais, políticos e sociais – em significativa medida conservadores -
daquele período encontram determinadas semelhanças com a sociedade atual,
marcada fortemente, e de forma sangrenta, pela violência nas áreas tidas como
mais interioranas do país, e por uma espécie de incapacidade de intervenção (ou
desejo de não intervenção) das instituições estatais.
A partir da segunda metade do século
XX, com o grande avanço do capital, as regiões brasileiras consideradas
anteriormente como periferias em relação ao eixo Sul-Sudeste, visto como grande
centro econômico e social do país, passam a ser tomadas como novas portas de
entradas para a modernização do Brasil. É assim que a Amazônia adquire outras
feições, numa constante e crescente dualidade, muitas vezes dolorosa e quase
sempre massacrante, entre tradição e modernidade. A região das florestas
precisaria se integrar à civilização mundial, modernizar-se (GADELHA, 2002).
No entanto, aquela atualização da
Amazônia para esse olhar ao novo, tido como moderno, de progresso e futuro -
heranças de um pensamento construído ao longo dos últimos cinco séculos,
contrastou com a resistência do tradicional, do que a região já continha em si
há muito mais tempo. Nesta perspectiva, a dualidade tradição e modernização
expõe um viés contraditório que deixa a mostra desde distintas ideologias de
pensamentos até verdadeiros conflitos armados em defesa de interesses próprios,
como as lutas pela terra.
Como destaca Paes Loureiro:
“a Amazônia saiu do isolamento não por
um movimento centrífugo, mas centrípeto. Uma recorrente e paradoxal situação de
fronteira, em que o alargamento se faz de dentro para fora, violentando a
cultura. Ela vem sendo desisolada por uma estratégia de ocupação, sem que possa
definir um horizonte que seja de iniciativa de sua sociedade. O resultado é que
esta se vem tornando paisagem de cobiça, violência e saque, que são bússolas
que orientam a expansão a ela dirigida pelo grande capital. [Em séculos de
história] não se pode encontrar sofrimentos similares aos que estão passando os
pobres, os trabalhadores, os índios, os que não foram convidados para o
banquete dos incentivos fiscais – que são vantagens fiscais, oferecidas ao
capital externo, com vistas a atraí-lo” (LOUREIRO, 2015, p. 416).
A partir do entendimento de Loureiro,
percebe-se que as transformações que vem ocorrendo na região amazônica nas
últimas décadas tem afetado de forma muito profunda o cotidiano de seus
habitantes. É inegável que o poder da modernização que adentrou à Amazônia,
respaldado por incentivos fiscais e pelo capital internacional – bem como por
seu modo de produção capitalista – gerou e vem gerando mudanças extremamente
avassaladoras naquilo que é (ou era) tido como regional e cultural próprios
deste espaço, e mesmo utilizando da tradição, ou com ela hibridizando-se, para
multiplicar lucros, algumas vezes sem retorno. Dessa forma, a concentração de
renda, o poder econômico, continua sob domínio de uma minoria conservadora.
Mais do que nunca, a afirmação de que o “Brasil é um país caracterizado por
desigualdades sociais e regionais
resultantes da concentração da riqueza” (GIRARDI; FERNANDES, 2008, p. 74)
caracteriza a sociedade brasileira na atualidade.
Esse permanente confronto entre
tradição e modernidade, essa diferença entre grandes concentrações de terra por
uns e pequenas ou nenhuma propriedade por outros, é o que também gera os
violentos conflitos pela posse de terra, como os que vem ocorrendo na região
amazônica nas últimas décadas, por exemplo. O conhecido massacre de Eldorado
dos Carajás, em 1996, envolvendo distintos interesses e pontos de vista revela
isso. Há uma variedade de sujeitos sociais envolvidos nesses contextos, muitos
em busca de seu lugar ao sol, outros intermediando essas lutas, e ainda aqueles
que visam aumentar seu poderio a proporções maiores. Segundo Feliciano (2016,
p. 12):
“Podemos encontrar uma variedade de
denominações e identificações
compreendidas por diversidades culturais,
profissionais e/ou diferenciações geográficas: posseiros, seringueiro,
meeiros, varzeiros, lavradores, palmiteiros, agricultor ribeirinho, pescadores,
colonos, agregados, assentados, fecho e fundo de pastos, castanheiros,
geraiszeiros, desempregados urbanos, indígenas, sem-terra, quilombolas,
assalariados, diarista, tratorista, peão, administrador, vaqueiro, garimpeiro,
canavieiro, religiosos, políticos, fotógrafos, comerciantes, professores,
lideranças, sindicalistas, advogados, funcionários públicos e ambientalistas”.
Todos esses sujeitos, e outros,
participam do jogo de interesses ao qual se transformou a luta pela terra no
Brasil. As comunidades ditas tradicionais (indígenas, quilombolas, ribeirinhos,
agricultores, etc) são vistas como o oposto – antigas, com aspectos de
primitivismo, atrasadas – pelos grupos tidos, ou que se autodenominam, como os
do progresso, da modernização (capitalistas, empresários, administradores,
políticos, etc).
Essa dualidade secular, marcada pela
violência cultural e física, que deveria ter o Estado brasileiro como
responsável pela minimização ou definitiva tomada de decisão quanto aos
conflitos, acaba por encontrar nas instituições estatais uma configuração
político-administrativa caracterizada pela forte representação que defende
exatamente os interesses daqueles que, como a própria história registrou,
sempre foram os detentores do poder e o transmitiram aos seus herdeiros
próximos, ou ainda aqueles que encontram afinidades no modelo capitalista e a
ele juntam-se. Isso é perceptível, por exemplo, nas eleições brasileiras nos
últimos anos, em que houve um aumento considerável do que chama-se hoje de
bancada ruralista, bancada do agronegócio, e também a bancada evangélica, com
características conservadoras e que àqueles junta-se, fortalecendo-os.
A ocupação de terra é, atualmente, a
principal maneira que os camponeses encontram, organizados em seus movimentos
socioterritoriais, para reivindicar seus interesses no Brasil. Esse tipo de
estratégia adotada possui significativa atuação e forte representatividade,
principalmente porque encontra afinidade entre os desejos e objetivos dos
trabalhadores envolvidos, e suas lideranças, nas diferentes regiões do país.
Nashieli Loera (2009) trabalha com a ideia de que esses movimentos apresentam
tal força exatamente pelo fato de estarem numa dinâmica de relacionamento
ativa, em complexas redes sociais, que possibilitam muito do êxito em suas
mobilizações.
“O preâmbulo das ocupações, ou seja, o
trabalho de base e as reuniões da terra se sustentam em redes sociais, de
amizade, de parentesco ou de vizinhança, que, com a circulação de informações
entre 'velhos' e 'novos’ acampados sobre a experiência da ocupação, são
fundamentais para que as pessoas participem e a ocupação aconteça. O conceito
de redes sociais é de grande utilidade analítica, pois permite entender,
abarcar e apreender o movimento dos indivíduos envolvidos. Desse modo,
retomando a afirmação de Carvalho (2002), é provável que um dos ‘segredos
íntimos' do sucesso e da capacidade organizativa e de mobilização da
organização dos trabalhadores rurais sem terra seja a sua capacidade de ‘constituir-se
como um tipo de sociedade em rede' (2002, p.44), em que as relações
interpessoais, os laços de vizinhança e amizade preexistentes tornam possível a
espiral das ocupações de terras” (LOERA, 2009, p. 91).
No entanto, embora o movimento seja fortalecido
com tais redes sociais que conectam grupos em diferentes regiões, o Estado
brasileiro, por sua vez, tem adotado uma política de assentamentos que acaba
por se tornar mais uma estratégia camuflada de reforma do que realmente uma
política que se proponha a realizar uma reforma agrária mais ampla.
Os assentamentos rurais, nesse sentido,
constituem uma espécie de reforma agrária conservadora que vem sendo executada
no país. Isso significa afirmar que essa política não consegue [ou não quer]
realizar a desconcentração de terras, minimizar desigualdades sociais, impedir
o êxodo rural e, além disso, tem na Amazônia uma espécie de válvula de escape
para não realizar a reforma nas regiões de ocupação consolidadas no nordeste e
centro-sul (GIRARDI; FERNANDES, 2008).
Percebe-se, portanto, que o próprio
Estado cria políticas de reforma que não atendem às verdadeiras necessidades da
questão agrária no Brasil e, principalmente, não atende àqueles que mais
necessitam dela, o que acaba por manter e reverberar antigos conflitos.
A própria morosidade da justiça
brasileira, em termos de análise e julgamentos de processos referentes a
denúncias sobre violência e massacre de envolvidos em ocupação de terras, por
parte de grandes latifundiários, acaba contribuindo com a injustiça que vem
vitimando os grupos menos favorecidos. Isso, por exemplo, podemos identificar
no caso do massacre de dez trabalhadores rurais no município de Pau D’Arco, no
Pará.
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Figura 1: Massacre em Pau Dárco, noticiada no Diário do Pará, 2017.
Fonte: Jornal Diário
do Pará, 25 de maio de 2017, p. A2. |
Os noticiários, a repercussão na
imprensa, sobre tal fato – desde a época em que ocorreu, em 24 de maio de 2017
até agora – tem sido basicamente sobre o andamento do processo e as
reviravoltas na condenação ou não dos réus, cerca de 17 policiais, que teriam
assassinado a tiros “queima-roupa” os trabalhadores. Nesse sentido, os sujeitos
que mais tem aparecido nas repercussões sobre o massacre tem sido os réus,
enquanto as vítimas ou outras possíveis testemunhas ficam como uma espécie de
pano de fundo que contextualiza ou lembra o caso.
Um detalhe que merece ser colocado em
evidência aqui, nesse momento apenas em termos de instigar a reflexão, é a
representação do próprio Estado, na figura dos policiais, envolvido de algum
modo na morte desses trabalhadores: Aquele que deveria proporcionar segurança e
bem-estar aos cidadãos foi o mesmo que ceifou-lhes a vida?
A luta pela terra é, como já dito, um
fenômeno histórico no Brasil. Lutar para se ter um “pedaço de chão”, como
comumente se ouve entre a população, é um trabalho árduo; A burocracia e o jogo
de interesses tem dificultado essas conquistas de direitos por parte dos menos
favorecidos e, na maioria das vezes, beneficiado os grandes proprietários. Se
levada em consideração a leitura e análise de outros direitos garantidos em
tratados, acordos, constituições nacionais e/ou internacionais, o direito à
terra pode muito bem ser visto como um direito humano, na medida em que pra se
viver, o direito à vida, à cultura, à alimentação, à moradia, remete também ao
direito ao território, ao lugar onde se estabelece a casa, as plantações, a
produção, a dignidade (CANUTO; GORSDORF, 2007).
Dessa maneira, o que se pretende
evidenciar é a forma como está sendo e como deveria ser tratada a questão da
luta e do direito à terra no Brasil. No entanto, felizmente, essa é também uma
luta que se fortalece a nível mundial, envolvendo diversos agrupamentos
espalhados pelo mundo em prol dos direitos humanos. A busca pela conquista de
direitos sobre território, nesse sentido, não se limita à posse da terra, mas
se destaca também num movimento dialógico com a luta em combate à antigas
mazelas que assolam a humanidade. Assim, conforme aponta os estudos de Reis
(2012, p. 120-121):
“Articula-se uma rede transnacional de
camponeses e trabalhadores rurais, da qual os grupos brasileiros participam
ativamente, para pressionar por mudanças no regime de direitos humanos e na
política dos Estados. Provavelmente o mais conhecido desses movimentos seja a Via Campesina, fundada em
1993 na Bélgica, do qual fazem partes
trabalhadores e pequenos produtores rurais de diversos continentes, de
países ricos e pobres. Aos poucos, a questão da posse da terra vai entrando na
agenda de organismos internacionais, vinculada a temas mais tradicionais como o
combate a fome”.
Diante do que foi exposto, entendemos,
portanto, que a questão agrária no Brasil - com suas características de
transformação e permanência histórica dos conflitos, envolvendo diferentes
sujeitos e interesses - encontra na dualidade tradição e modernidade, na
“indecisa” atuação do Estado frente as reformas, na demora e reviravoltas dos
casos judiciais, e na contínua ênfase dada pela mídia aos tradicionais sujeitos
tidos como mais potencialmente representativos deixando outros à margem, uma
forte combinação de fatores que contribuem para a continuidade de violentos
confrontos pela terra.
O que se tem esquecido, dentro disso
tudo, é que essas lutas para se conquistar um território mínimo que seja não se
resume ao “chão pelo chão”, mas sim a uma “relação [que] não é tão somente da
terra em si mesma, mas do que ela representa para esse povo” (CANUTO; GORSDORF,
2007, p.170).
Agradecimentos
O texto é
resultante do plano de trabalho vinculado ao projeto de pesquisa “Ocupação da terra, paisagem e produção
rural nos aldeamentos e colônias agrícolas do Pará, décadas de 1840-1880”,
financiado pelo CNPq, em que registramos nossos agradecimentos.
Referências
Rafael Souza Ferreira atualmente está vinculado à Universidade Federal do Pará, como discente da graduação em Licenciatura em História (UFPA-Campus Ananindeua), onde também vem atuando como bolsista financiado pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica, PIBIC/CNPq. Já possui também formação na área de Artes, com graduação em Licenciatura em Dança, pela Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA), tendo participado, como bolsista, de projetos artístico-culturais, de extensão e pesquisa, da referida área. Já atuou como professor na rede particular de ensino de Belém-PA, e também ministrou oficinas na Fundação Cultural do Estado do Pará. Tem interesse por pesquisas que tracem diálogos entre a História, as Ciências Sociais, as Artes e a Filosofia, tendo afinidades com temáticas relacionados à História Cultural, História e Cultura dos povos tradicionais da Amazônia, História Contemporânea, História do Tempo presente, Conflitos e Movimentos Sociais na contemporaneidade, História da Arte, História da Dança, Dança e Cultura Popular, Arte/Dança contemporânea, Modernidade e Modernismo, Pós-modernidade e Pós-modernismo. Já participou (como convidado, ouvinte, performer, avaliador, organizador...) de diversos eventos, encontros, seminários, fóruns e festivais da área da História e das Artes. Outras informações podem ser obtidas em http://lattes.cnpq.br/2517421889553842´
CANUTO, Antônio; GORSDORF, Leandro. Direito humano à terra: a construção de um marco de resistência às violações. In: RECH, D. (coord.) Direitos humanos no Brasil 2: diagnósticos e perspectivas. Rio de Janeiro: Ceris; Mahuad, 2007.
CARVALHO, Horácio
Martins de. A emancipação do movimento
no movimento de emancipação social continuada (resposta a Zander Navarro).
In: SOUSA SANTOS, B. (Org.). Produzir para viver: os caminhos da produção não
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Sales. Encontros e (des)encontros ao “fazer a América”: indígenas e imigrantes
no Rio Grande do Sul do século XIX. Anais do XXVI Simpósio Nacional de
História – ANPUH. São Paulo, julho 2011.
FELICIANO, Carlos
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da violência no campo brasileiro do século XXI. In: RAMOS FILHO, SANTOS, L. R. MITIDIERO, M. A
questão agrária e conflitos territoriais.
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GIRARDI, Eduardo
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junho 2008.
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Parabéns pelo trabalho. É interessante analisar as narrativas construídas, principalmente pelos veículos de comunicação em massa, onde alguns trabalham exclusivamente com o sensacionalismo.
ResponderExcluirDesejo saber se o seu plano de trabalho visa apenas analisar os jornais de maior circulação (Diário do Pará e O Liberal) ou também vão investigar as narrativas dos periódicos de menor expressão?
Athos Matheus da Silva Guimarães
Olá, Athos. A pesquisa está em andamento, como indicado no texto. Como Francivaldo colocou, inicialmente estamos trabalhando com os dois jornais mais populares e que mais circulam no estado, mas se visa também analisar outros, bem como seus diferentes formatos de publicação, público, etc.
ExcluirRafael Souza Ferreira
A princípio os dois grandes jornais do Estado do Pará. Posteriormente outros periódicos serão observados.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho é muito importante perceber esse aspecto da violência. Gostaria de saber se conseguiram identificar fontes históricas sobre algumas políticas públicas para se evitar esse tipo de violência?
ResponderExcluirOi, João, obrigado pela pergunta. Como apontado no início do texto, a pesquisa está em andamento, ainda estamos tendo contato com a documentação para análises. No entanto, a partir das leituras já realizadas e de alguns contatos iniciais com matérias jornalísticas, já podemos adiantar, como foi apontado no texto, que há sim uma preocupação por parte do Estado em tratar a questão agrária - em termos de reforma, por exemplo - de modo a tentar realizá-la, e consequentemente solucionar os conflitos. Só que as estratégias e políticas públicas que vem sendo adotadas - como a criação de assentamentos, por exemplo - acabam sendo um tipo de reforma agrária conservadora, que acaba não atendendo às reais necessidades de reforma, nem necessidades dos sujeitos mais envolvidos e necessitados da mesma. Isso porque o que vem sendo proposto, em termos dessas políticas ditas públicas, não está privilegiando as regiões que mais necessitam delas, sendo desviado a outras zonas, o que acaba por fazer permanecer a grande concentração de terras sob domínio de alguns e a continuação dos conflitos, da violência nas regiões mais críticas e que precisam urgente de reforma.
ExcluirRafael Souza Ferreira
Tema interessante e atual, tenho duas dúvidas:
ResponderExcluir1)Você vai focar em um acontecimento e em um jornal especifico?
2) Sobre a noção de violência do Estado, pretende retroagir ao que a ditadura fez com os indios na região?
obrigada
Isis Paris Maia