História e Teatro: reflexões sobre a prática docente
Rudy Nick
Vencatto
Franciele
Aparecida de Araujo
O labor do ensino e aprendizagem em
sala de aula ou em qualquer espaço do ambiente escolar requer diversos olhares
sobre as práticas pedagógicas na tentativa de motivar e impulsionar os
diferentes saberes e habilidades presentes em cada estudante. Pensando nisso e
no próprio movimento de reavaliação dos métodos e técnicas de ensino, no
primeiro semestre de 2017, por meio de uma oficina de ensino, lançamos o
desafio para uma turma de segundo ano do Ensino Médio, que consistia na
elaboração de uma peça teatral como mecanismo de aprendizagem e avaliação para
o conteúdo que seria selecionado.
Havia uma ressalva, era necessário que
toda turma trabalhasse em conjunto. Não haveriam grupos com temáticas ou
trabalhos distintos e todos estariam engajados em atingir o mesmo resultado,
desenvolvendo as etapas da peça em um único grupo. Algumas falas que emergiram
naquele primeiro encontro foram: “Isso nunca vai dar certo!”; “Todo mundo
junto? Como vamos fazer isso?”. Foi um momento repleto de tensão, mas também um
pouco cômico, pelas expressões que surgiram em diversos estudantes. Cada
estudante teria a grande tarefa de buscar ajudar ao próximo e ao mesmo tempo
respeitar as limitações que cada indivíduo iria apresentar.
Mas porque uma peça teatral? Ao longo
do período escolar uma da preocupações está na tentativa de identificar as
diferentes habilidades e conhecimentos, bem como as dificuldades que cada
estudante carrega consigo. Neste caso havia constatado que alguns estudantes
apresentavam grandes dificuldades na forma de se expressar oralmente em
público, outros com ampla desenvoltura para a oratória, não se engajavam na
leitura dos conteúdos propostos. Havia também aqueles que eram muito bons em
conteúdo, mas que de alguma maneira não se relacionavam com os demais colegas e
por fim, aqueles que pouco realizavam ou participavam das aulas, ou seja, não
faziam atividades e nem mesmo as tarefas. Como atingir todos essas diferenças
na tentativa de conciliá-las no processo de aprendizagem?
Tendo em vista a grade curricular e os
conteúdos programáticos ao qual estávamos trabalhando, o tema selecionado para
elaboração da peça teatral foi A Revolução Francesa, na qual pela complexidade
e amplitude dos diferentes movimentos que se estenderam ao final do século
XVIII, caberia aos estudantes esmiuçar cada fragmento que de alguma maneira
contribuiu para a grande mudança na conjuntura política francesa. Os estudantes
tinham como objetivo identificar os distintos atores sociais envolvidos; como
estes atores agiram nos diferentes momentos do processo revolucionário, como os
ideais Iluministas motivaram a revolução; quais influências esta experiência
levou para os demais países do mundo e como esta experiência poderia ser
pensada na contemporaneidade. Para isso, optamos por um recorte temporal
estabelecido entre 1780 até 1799, período no qual a França reconfigurou sua
estrutura política dando fim a revolução.
O objetivo geral deste processo de
aprendizagem estava pautado no entendimento do conteúdo e de sua importância
para compreender os movimentos revolucionários no mundo, mas também, na
tentativa de fazer com que este processo educativo pudesse ser desenvolvido de
maneira colaborativa onde cada estudante pudesse contribuir com os demais
colegas construindo diferentes formas de conhecimento em uma rica experiência
escolar. De forma específica, seria
possível estimular aqueles com dificuldades de expressão oral, engajar os menos
motivados e permitir a fortificação das relações estudantis, fazendo com que
todos trabalhassem pelo e para o grupo.
O processo foi dividido em quatro
eixos: leitura e debate do material selecionado; confecção do cenário e
figurino; elaboração do roteiro e apresentação da peça. Com relação aos
materiais selecionados, os alunos puderam ler e discutir alguns capítulos da
obra de Roger Chartier Origens Culturais
da Revolução Francesa e de Eric J. Hobsbawm em sua obra a Era das Revoluções – 1789 – 1848. Além
disso, assistimos o documentário produzido pela History Channel intitulado A Revolução Francesa, disponível no Youtube.
Com relação aos capítulos dos livros,
os estudantes fizeram uso do aparelho celular para fotografar as páginas
selecionadas e compartilhar com os demais colegas em um aplicativo, permitindo a
circulação do material e demonstrando organização e capacidade de gerenciamento.
As novas tecnologias proporcionaram maior agilidade e economicidade na
divulgação dos materiais bem como, facilitaram a capacidade de organização da
turma proporcionando rápida comunicação em um curto espaço de tempo.
Para dar maior suporte
teórico ao tema utilizamos a obra do historiador britânico Eric J. Hobsbawm, A Era das Revoluções 1789-1848. Foram
selecionados alguns capítulos para que servissem de material de leitura e
posteriormente fossem apresentados e discutidos em sala por meio de rodas de
conversa. Entre estes estão: Capítulo 1 - O mundo na década de 1780 e Capítulo
3 – A Revolução Francesa. Cabe destacar que para cada capítulo as rodas de
conversas funcionaram como momentos quase informais onde os estudantes tiveram
a oportunidade de esboçar suas dúvidas e entendimentos. Infelizmente nem todos
se posicionaram e os que apresentavam dificuldades de fazer uma explanação oral
em público continuaram em silêncio. Um desafio que se colocou desde o início
mas que seria superado.
Outra obra utilizada
como base teórica foi Origens Culturais
da revolução Francesa, do historiador francês Roger Chartier. Nesta por sua
vez, quatro capítulos foram selecionados: Introdução; Iluminismo e revolução -
Revolução e Iluminismo; Será que livros fazem revoluções?; e por fim, Um nova
política cultural. Assim como na obra de Hosbbawm, para cada capítulo foi
destinado um momento de debate em rodas de conversa que permitiram a troca de
conhecimentos.
Ainda na etapa
destinada as leituras e debates em torno da temática, utilizamos uma
apresentação fílmica com o documentário A
Revolução Francesa, produzido pela History Channel e de fácil acesso no
Youtube. O objetivo principal foi permitir aos estudantes visualizar um pouco
da conjuntura francesa no século XVIII, assim como, os detalhes dos momentos
que conduziram ao processo revolucionário.
Por meio do
documentário a turma pode observar e pensar na elaboração dos elementos que
iriam constituir o cenário da peça teatral, elaborar figurinos e construir
elementos textuais para compor o roteiro teatral, elaborando frases e diálogos
para cada personagem do elenco. Com duração de uma hora e trinta minutos, a amostra
fílmica foi disponibilizada ao longo de uma semana e os estudantes estavam
orientados a realizar as anotações necessárias, tendo como norteadores os
elementos supracitados. Cabe destacar que foi disponibilizado o endereço
eletrônico do vídeo, https://www.youtube.com/watch?v=xV5g84ROXbE, para que cada estudante pudesse de
maneira individual ou em grupos menores, conforme interesse, realizar novas
leituras sobre o documentário.
É importante salientar
que as rodas de conversar foram organizadas de maneira que pudessem contar com
uma equipe mínima responsável por fomentar o debate. Esta equipe estava formada
por professor, dois alunos fomentadores e um estudante responsável por anotar e
organizar as inserções, para que desta maneira, mesmo diante de momentos com
pouca participação pudéssemos avançar com o conteúdo e provocar outros
integrantes para o debate.
As duas etapas seguintes, apesar de
acontecerem com maior ênfase nas semanas finais, foram sendo construídas de
maneira intrínseca durante os momentos de leituras e debates propostos na
primeira etapa. A confecção do cenário e figurino, bem como a elaboração do
roteiro, lentamente foi sendo inserida nas rodas de conversas.
Nesta dinâmica conforme avançamos nas leituras
dos conteúdos selecionados a turma como um todo passou a apresentar suas
demandas, perguntas e considerações referentes aos materiais que iriam utilizar
na confecção do cenário, quais os modelos de figurinos seriam adotados, quem
desempenharia cada papel, e principalmente, surgiram reflexões quanto às falas
que iriam compor o roteiro. De maneira quase orgânica, cada sujeito foi
inserindo-se nos trabalhos passando a vislumbrar um objetivo comum.
Lentamente o sentimento
de pertença com relação ao desenvolvimento da peça teatral foi sendo
desenvolvido e com isso, os sujeitos passaram a edificar identidade ao tema. A
turma como um todo gradativamente construiu sentimentos de pertença. Eles
falavam de seus personagens durante as aulas, imaginavam situações, pensavam em
como poderiam desempenhar determinadas ações e muitas vezes lançavam mãos de
anotações para cristalizar frases que seriam utilizadas no momento final. Um
único tema unificou uma turma plural, a qual superou as diferenças e aprendeu a
respeitar as limitações de cada indivíduo.
A última etapa foi
marcada pela apresentação da peça. Tendo em vista todo o público escolar que
iriamos receber, entre estes, técnicos administrativos, professores, demais
estudantes que não estivessem em horário de avaliação e trabalhadores
terceirizados, optamos por realizar esta etapa final em um espaço da
biblioteca, um local amplo, bem iluminado e com disponibilidade de inserção de
cadeiras. A escolha foi definida em conjunto durante as aulas e os próprios
estudantes fizeram a indicação do local.
A peça em si contou
com uma duração de aproximadamente 35 minutos e foi contemplada com um público
que lotou o espaço disponibilizado. No
decorrer da peça alguns momentos foram marcantes e demonstraram com clareza que
o processo de aprendizagem havia trilhado por caminhos seguros. O primeiro
deles foi quando um dos estudantes, o qual já havia constatado uma grande
dificuldade para se expressar em público realizou sua inserção. Diferente de
outras práticas avaliativas como os seminários, nos quais ele não conseguira
uma boa explanação de suas ideias, desta vez, revestido pelo seu personagem, um
intelectual Iluminista, colocou-se de maneira clara e com um bom tom de voz
dando destaque a suas narrativas. Perceber que aquele estudante em específico
estava engajado e conseguira superar as angústias de uma apresentação em
público foi o primeiro ponto positivo que a peça teatral colocou em evidência.
Outro momento foram as narrativas de Robespierre apresentadas
durante toda a peça. O estudante que desempenhou este trabalho apresenta certa
resistência em realizar leituras, porém, o papel ao qual foi designado fez com
que se debruçasse sobre o roteiro e sobre a maneira que Robespierre fora
apresentado no documentário. Para desempenhar um bom papel foi necessário
realizar diversas leituras sobre o personagem e o resultado deste trabalho foi
uma brilhante apresentação com falas inclusive fazendo menção a termos
linguísticos da época.
Chamou atenção o
envolvimento estabelecido para o desempenho da apresentação. Houve sincronia em
cada cena que seria desenvolvida. Enquanto alguns retiravam o cenário já
utilizado, outros realizavam a montagem do próximo e consequentemente os
personagens se posicionavam, demonstrando efetividade e amadurecimento na
organização, maximizando assim a utilização do tempo e espaço.
De maneira louvável a
turma conseguiu estabelecer uma ponte reflexiva entre o movimento
revolucionário vivido na França do século XVIII e a conjuntura nacional na
contemporaneidade. Ao final da peça, após consumado todos as etapas, a
estudante que havia interpretado a rainha Maria Antonieta, surgiu como
narradora e declamou um texto produzido pelos próprios alunos, um texto crítico
lançando olhares para o presente a partir das lutas sociais do passado. Foi um
momento que delineou o grau de amadurecimento teórico que a turma desenvolvera
ao longo de todo o período.
Por fim e para
refletir sobre os sentimentos de pertença e identidades construídos e
vivenciados pela equipe, uma cena em específico ficou marcada em minha memória
e esta por sua vez não fazia parte do roteiro. Após a finalização da peça e no
momento que os convidados já se retiravam, todos os integrantes se reuniram na
parte de trás do palco, e numa espécie de círculo, cada qual com sua mão
estendida ao centro umas sobre as outras, bradaram fortemente e comemoraram a
etapa vencida.
Para muitos pode
parecer algo simples, entretanto, aquele momento marcou todo o esforço
desenvolvido, todo suor que cada aluno cedeu, todo enfrentamento e tensão que
cada debate gerou e mesmo assim, diante de todas as diferenças e
particularidades tornaram-se uma força em conjunto a qual, trabalhou por um bem
comum. Aquele brado, as risadas que se sucederam posteriormente, as vozes
exaltadas, a necessidade de contar ao outro o nervosismo vivenciado, foram
mensagens que marcaram e definiram que a atividade havia cumprido o seu papel.
Restava para todos nós apenas contemplar as emoções em que estávamos
envolvidos.
As
dificuldades de oralidade foram superadas, a capacidade organizativa ampliada,
houve ampla participação nas leituras e debates com objetivo de obterem um
maior número de informações em torno do tema, e por fim, a turma passou a
respeitar e entender as diferenças como elementos que agregam valor às praticas
sociais, cada qual, capaz de contribuir para o bem estar do grupo. Houve
dedicação, organização e engajamento permitindo que o conteúdo fosse discutido,
fugindo dos velhos modelos de aulas expositivas e estimulando nos estudantes a
vontade de criar e descobrir.
Na semana
seguinte, com todos os trabalhos já concluídos realizamos uma pequena
confraternização em sala onde cada integrante pode contribuir com algum alimento.
Foi um momento de descontração, mas também repleto de reflexões das etapas
vivenciadas. Em um clima cordial, conversamos sobre as experiências e quais
aprendizados haviam sido construídos. Neste bate papo, chamou-me atenção os
vários relatos que mencionavam que a prática do teatro havia permitido aprender
com maior vigor os conteúdos propostos e que de alguma maneira aqueles
conhecimentos estavam consolidados em suas memórias. Certamente uma experiência
como tal, é algo que perdurará nas lembranças destes estudantes, e para além
dos conteúdos foram consolidadas relações de reciprocidades que passaram a
fazer parte de suas memórias de vida.
Diante da
incerteza do sucesso desta prática pedagógica estabelecemos como principal
critério a tentativa de realização de avaliação contínua em cada etapa, com
intuito de encontrar falhas e tentar superá-las o mais breve possível. Para
isso, foi primordial o diálogo com a turma e as rodas de conversas que
forneciam elementos capazes de medir a evolução e o amadurecendo dos estudantes
em torno do tema. Após a conclusão, o que ficou enquanto experiência docente
foi uma grande vontade de realizar novas tentativas em outras turmas e com
outras séries de ensino, tornando cada vez mais o espaço escolar um ambiente de
diversidades e que permita a valorização da amplitude dos conhecimentos
trazidos por cada sujeito. Transformar o ambiente escolar em um lugar que
promova a autonomia dos estudantes tornou-se um dos grandes objetivos agora
traçados.
Após muita
reflexão, vivenciar esta experiência promoveu alguns aprendizados. O primeiro
deles foi perceber que a juventude está apta e apresenta interesse em aprende e
discutir temas relacionados às conjunturas políticas, sociais e econômicas.
Esta juventude anseia por mudanças e tem desejo de ser parte atuante em seus
espaços de convivência. Cabe a nós enquanto professores mostrar os caminho e
apresentar as possibilidades de organização.
Além disso,
foi possível compreender que a prática pedagógica deve ser também pautada pelos
desafios e que muitas vezes, o mais sensato a ser feito é fugir das zonas de
conforto para que possamos alcançar os objetivos traçados. Sair da rotina de
sala de aula, organizar os estudantes em grupo, traçar métodos e referenciais
teóricos, permitir espaços de debate e divergência, são situações que muitas
vezes vão além da formação de muitos professores, e por isso, são deixadas de
lado, pois demandam tempo e empenho. Fico feliz em dizer que cada segundo de
trabalho desempenhado nesta atividade foi extremamente enriquecedor e que
demonstrou melhores resultados do que qualquer aula expositiva outrora
realizada na turma em questão.
Cabe
destacar que apesar do sucesso obtido, deve ser levado em consideração todos os
aspectos culturais, sociais e econômicos presentes no espaço escolar. A réplica
de metodologias nem sempre alcança os mesmo objetivos ou colhe os mesmos
resultados, pois deve ser adaptada para cada ambiente encontrado. Não se trata
de uma receita que deve ser seguida, apenas de experiências que poderão ser
pensadas e utilizadas como modelos para outras formas de avaliação.
Por fim,
acredito que esta prática pedagógica foi capaz de demonstrar como a relação
professor e aluno pode ser construída de maneira horizontal e democrática.
Estabelecemos diálogos, traçamos estratégias e definimos cenários, figurino e
local de apresentação tudo por meio dos debates e quando não havia um consenso,
estabelecíamos uma votação que era respeitada. Foi um processo transparente,
democrático e que proporcionou autonomia aos estudantes colocando-os como
sujeitos provedores de mudanças no espaço escolar. Ainda hoje me pego
refletindo sobre as relações recíprocas e mútuas desenvolvidas, algo que me
deixa completamente feliz por simplesmente ter tentado.
Ao final de todo o processo e análise
das avaliações realizadas, os resultados alcançados demonstraram a superação
das dificuldades em equipe, a valorização e respeito às distintas habilidades
presentes no ambiente escolar, a assimilação e aprendizado do conteúdo de forma
eficaz e estimulante, a ampliação das relações de reciprocidades, a
consolidação das relações entre professor e aluno e a demonstração da
capacidade organizativa dos estudantes e de sua autonomia. Posso afirmar que
após esta experiência, foi possível vislumbrar com maior clareza como as
diferentes formas de aprendizagem são importantes para a construção e
valorização do conhecimento.
Referências
VENCATTO, Rudy Nick. Doutor em História
Cultural pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Docente do
Instituto Federal do Paraná – IFPR.
ARAUJO, Franciele Aparecida de. Doutora em
História Social pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Docente da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED/PR.
CHARTIER, Roger. Origens Culturais da
revolução Francesa. UNESP, 2009.
HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções
1789-1848. Paz e Terra,2009.
Olá, Gostaria primeiramente de parabenizar o magnifico trabalho. Minha pergunta se relaciona ao processo de criação das peças, em que aporte teórico do teatro/dança elas foram desenvolvidas/baseadas? Se possível poderiam disponibilizar?
ResponderExcluirAtt,
Felipe Araújo de Melo
Olá Felipe Araújo de Melo.
ExcluirMuito obrigado pela pergunta e pela leitura do material. É sempre gratificante compartilhar experiências e discutir trajetórias e estratégias para e sobre o ensino de História. Com relação ao aporte teórico, estamos já algum tempo, a partir das discussões que envolvem a interdisciplinaridade, desenvolvendo algumas atividades que buscam dialogar com outras disciplinas e o teatro foi uma destas. As autoras Libéria Rodrigues Neves e Ana Lydia Santiago em sua obra: “O uso dos jogos teatrais na educação”, nos auxiliaram a pensar nos moldes que gostaríamos de construir bem como nas possibilidades de avaliações que poderiam ser realizadas, sempre adaptando para um olhar historiográfico da peça. Outros autores como Pinsky, “O que e como ensinar: por uma História prazerosa e consequente”; Janice Theodoro “Educação para um mundo em transformação”; Rafael Ruiz “Literatura: novas formas de abordar o ensino de História”, nos ajudaram a pensar de forma mais ampla o espaço escolar e como poderíamos olhar para um trabalho em grupo, ou seja, a peça teatral e desenvolver mecanismo de avaliação e aprendizagem. Estes estão na obra: “História na sala de aula”, organizado por Leandro Karnal. Ficamos a disposição para quaisquer questionamentos e novas ideias.
Grande abraço.
Rudy Nick Vencatto / Franciele Aparecida de Araujo
Caros autores parabéns pelo excelente artigo!
ResponderExcluirConsidera-se que a iniciação de alunos do ensino básico no teatro está diretamente
associada à formação de professores que conduzem os saberes desta linguagem específica da
arte, a qual possui uma história, metodologia e conteúdos próprios. O ensino superior
comprometido com a formação docente para a Educação Básica deve oferecer as condições
necessárias para que o futuro professor desenvolva a sua capacidade de questionar e refletir
sobre a dinâmica e as relações estabelecidas no contexto do cotidiano escolar. A formação do
profissional docente como intelectual crítico-reflexivo pressupõe o constante exercício da
associação entre a teoria e a prática, campos indissociáveis na atividade docente.
Muito obrigado Rosângela pela leitura e contribuição. Realmente lidar com outro campo do saber não se trata de uma tarefa fácil. Felizmente durante essa tentativa de construção de saberes podemos contar com a ajuda de um grande profissional das Artes que nos auxiliou e muitas vezes contribuiu com dicas aos estudantes. Romper as formas tradicionais de ensino e avaliação requer um esforço que vai além das condições de trabalho que a maioria dos profissionais do ensino possuem. Um grande abraço e obrigado pela reflexão.
ExcluirRudy Nick Vencatto / Franciele Aparecida de Araujo
Olá! Gostaria primeiramente de parabenizar os autores pelo trabalho e registrar minha emoção ao ir lendo (e imaginando) cada parte desse processo maravilhoso que vocês compartilharam aqui. É gratificante ver os alunos obtendo êxito em seu aprendizado. A questão que tenho diz respeito a interdisciplinaridade: durante o processo de ensino e de criação que culminou na peça, os autores identificaram algum tipo de diálogo estabelecido pelos alunos entre distintos componentes curriculares (História, Literatura, Artes, por exemplo)? Se houve algum indício de que os alunos conseguiram (ou tentaram) tecer algum tipo de diálogo entre essas disciplinas, e de que forma viam e/ou trabalharam isso.
ResponderExcluirRafael Souza Ferreira
Muito obrigado Rafael pela leitura e reflexão que nos propôs. Tocaste em um ponto que poderíamos ter focado com maior ênfase no texto. Quando o processo de construção da peça passou para a parte da montagem do roteiro é que percebemos como os alunos de maneira autônoma foram construindo a interdisciplinaridade, ou seja, eles estabeleceram diálogos com conteúdos que estavam estudando em Filosofia e isso apareceu nas rodas de conversa. O mais interessante foi perceber que a discussão veio a partir dos estudantes, e não para os estudantes. Eles promoveram. Durante a fase de montagem do figurino e detalhes do cenário, a disciplina de Artes também apareceu nos questionamentos. Os docentes destas áreas do saber nos procuravam para relatar tais episódios que também aconteciam em suas aulas. Talvez devêssemos explorar um pouco mais esta relação e isso serviu para nos mostrar como esse diálogo é extremamente enriquecedor para a construção de conhecimento. Grande abraço e obrigado pela contribuição.
ExcluirRudy Nick Vencatto / Franciele Aparecida de Araujo