IDENTIDADE
E MEMÓRIA: UMA ABORDAGEM TEÓRICA
Nikolas Corrent
Resumo: Esse
artigo tem por objetivo mostrar o processo de construção da identidade na
historiografia. Assim, através de uma pesquisa qualitativa em referenciais
bibliográficos, identificaremos os usos e desusos do conceito de identidade e
de seus principais autores, dentre eles Stuart Hall, um dos mais importantes
teóricos do mundo social. Desse modo, compreende-se que a identidade é flexível
e pode ser reelaborada perante novos desafios e necessidades, tendo em vista
que sua construção ocorre de maneira social e histórica.
Palavras-chave: Identidade. Historiografia. Cultura.
INTRODUÇÃO
Parte-se
nesta pesquisa da análise das relações entre memória e identidade,
especificamente o papel da memória enquanto condição para a construção de
identidades. Para tanto, é necessário recorrer às concepções sobre memória
presentes nas reflexões de Maurice Halbwachs (2003), que possibilitam
relacionar os conceitos de memória individual e memória coletiva à discussão
sobre identidade, cujas contribuições de Stuart Hall (2006) são fundamentais
para que os conceitos de memória e identidade possam dialogar.
No
campo dos estudos relativos a fenômenos sociais encontramos uma farta produção
sobre identidade, no entanto, faz-se necessário salientar, que nem sempre é
fácil de buscar uma definição certeira a respeito da identidade, posto que
trabalhadas por distintas áreas, entre elas a título de exemplo, Antropologia,
História e Sociologia, o conceito se molda às exigências epistemológicas e
teóricas de cada área, deixando seu conceito em aberto.
A
noção ou conceito de identidade aparece nesse sentido, portanto, como um
conceito comumente impregnado de entendimentos diferentes.
Portanto,
produzida social e historicamente, a identidade é flexível e pode ser
reelaborada perante novos desafios e necessidades. A identidade, nessa
concepção histórica trata-se de um referencial de construções e desconstruções.
Já a identidade cultural, nessa perspectiva, é um sistema de representação das
demais relações entre indivíduos e comunidades sociais espalhadas pelo mundo.
Partindo
desta premissa, toma-se a afirmação de que a identidade é um processo de
identificações historicamente apropriadas que conferem sentido ao grupo (CRUZ,
1993). Uma discussão aprofundada sobre o conceito de identidade não caberia nos
limites deste artigo. No entanto, é necessário explicitar a maneira como o
empregamos, já que muitas vezes ele é utilizado para demarcar tanto
individualidades quanto coletividades, igualdades ou diferenças, sejam na
História, na Sociologia ou na Psicologia.
1. IDENTIDADE
E MEMÓRIA COLETIVA: UM BREVE DIÁLOGO
É
imperioso dizer então que neste artigo, a identidade é entendida pelos seus
aspectos constitutivos de pertencimento (nós) e de alteridade (outro). Ou seja,
como as representações que fazemos de nós mesmos e dos outros, assim como a
memória que construímos, para nós mesmos e para os outros. Por esse ângulo, a
historiadora Sandra Jatahy Pesavento (2004) foi quem melhor explicitou esta
ideia:
“Enquanto
representação social, a identidade é uma construção simbólica de sentido, que
organiza um sistema compreensivo a partir da idéia de pertencimento. A
identidade é uma construção imaginária que produz a coesão social”. (PESAVENTO,
2004. p. 89-90).
Tais
procedimentos de interação ocorrem fundamentalmente no âmbito de
relacionamentos entre sociedade, diferenciando-se de outros modos de junção
social do que é peculiar, quer dizer, a identidade étnica em si. Considerando
então o tamanho geral dos modos de interação humanos, o pertencimento de uma
sociedade é um fenômeno que garante a formação das identidades de uma maneira
na qual há uma representação universal da coletividade.
De
acordo com o teórico da cultura Stuart Hall, não se pode pensar a construção da
identidade como algo puramente individual ou coletivo, mas como uma permanente
negociação entre indivíduo e sociedade. E, principalmente, não podemos tomar
tal construção como algo estático ou pronto, mas entendê-la como um processo
permanente de interação. Ora, assim, a identidade é construída, arquitetada
socialmente e se redefine nas escolhas e ações dos grupos sociais.
Assim,
segundo o entendimento de Hall (2006), as identidades correspondentes a uma
dada organização social em declínio, posto que a sociedade existe enquanto
movimento contínuo de não mutação e movimento. A discussão de Hall serve para
compreender a identidade como um processo mais amplo, forte e que assim
torna-se tema recorrente dentro do processo historiográfico devido à sua
imbricação com as práticas histórias dos sujeitos. Em Hall (2006, p. 76) as
identidades são formadas culturalmente.
Nessa
lógica, é necessário levar em conta este entendimento para compreender que não
podemos falar de uma só identidade, uma única e isolada forma, mas sim na
configuração de múltiplas identidades, por vezes convergentes, em outras
divergentes, mas sempre fluidas e movendo-se a partir de fronteiras
interativas. Assim, “[...] a construção da identidade se faz no interior de
contextos sociais que determinam a posição dos agentes e por isso mesmo
orientam suas representações e suas escolhas” (CUCHE, 2002, p.192).
Sobre
a memória coletiva, não podemos deixar de mencionar um pensador clássico no
assunto, Maurice Halbawachs (2003). Para ele, os feitos e eventos individuais
impactam diretamente nas nossas relações com os grupos, a partir do qual a
memória passa por teias de relações pessoais entre os grupos sociais e mistura
com outros fatos e tem grande dinamismo e impacto social. Neste contexto, a
memória está diretamente relacionada com o ‘ato de lembrar’, fatores inerentes
ao grupo, logo a memória se torna coletiva, mediante uma imagem elaborada com o
que é ofertado no presente (HALBAWACHS, 2003).
Na
obra de Halbawachs (2003), notamos que toda memória é coletiva, e qualquer
memória individual é apenas um ponto de vista sobre a memória coletiva,
portanto ela não existe. Ele argumenta que,
“[...]
não estamos ainda habituados a falar da memória de um grupo. Mesmo por
metáfora. Parece que uma tal faculdade não possa existir e durar a não ser na
medida em que está ligada a um corpo ou a um cérebro individual. Haveria então
memórias individuais e, se o quisermos, memórias coletivas”. (HALBWACHS, 2003,
p.36).
Diante dessas proposições, faz cumprir que para
Stuart Hall (2006), as determinadas identidades existentes correspondentes a um
determinado mundo social estão em declínio, visto que a sociedade não pode mais
ser vista como determinada, mas em contínua mutação e movimento, fazendo com
que novas identidades surjam continuamente, em um processo de fragmentação do indivíduo
moderno.
Ainda,
de acordo com a condução teórica proposta por Hall, com a identidade que se
mostra na pós-modernidade “[...] somos confrontados por uma gama de diferentes
identidades (cada qual no afazendo apelos, ou melhor, fazendo apelos a diferentes
partes de nós)” (2006, p.75).
Assim,
pontua de forma assertiva que estaria ocorrendo uma mudança no conceito de
identidade e de sujeito, já que as identidades modernas estão sendo
“descentradas”, ou seja, deslocadas e fragmentadas e, como consequência, não é
possível oferecer afirmações conclusivas sobre que é identidade, visto
tratar-se de um aspecto complexo, que envolve múltiplos fatores. Destarte, em
linhas gerais, “[...] dentro de nós há identidades contraditórias, empurrando
em diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo
continuamente deslocadas” (HALL, 2006, p. 13). Ele ainda argumenta que:
Sem,
contudo, deixar de explorar as especificidades psíquicas, pois com um olhar um
tanto quanto psicanalítico, inspirado em Freud e Lacan, Hall (2006, p. 38-39)
faz a seguinte afirmação a respeito de identidade:
“A
identidade é realmente algo formado, ao longo do tempo, através de processos
inconscientes, e não algo inato, existente na consciência e no momento do nascimento.
Existe sempre algo “imaginário” ou fantasioso sobre sua unidade, ela permanece
sempre incompleta, está sempre em processo [...]”. (HALL, 2006, p. 38-39).
Ora,
Stuart Hall salienta que as identidades modernas passam por um processo de
fragmentação e mutação cotidiana, não se mantêm fechadas, mas abertas à novas
condições sociais que possam surgir com o tempo. De modo assim que:
“As
velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em
declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno,
até aqui visto como um sujeito unificado.” (HALL, 2006, p. 7).
Em
síntese, de frente às novas demandas culturais oriundas da pós-modernidade, a
condição identitária do sujeito se fragmenta, se dilui, é diante desta
assertiva que surge a proposição de Bauman as identidades transformaram-se em
peças flexíveis, voláteis, fluídas, pois, haja vista o modelo de sociedade instável.
Não
obstante, uma análise possível de ser feita dentro da historiografia é a constatação
de sua junção de elementos como atribuições coletivas dos sujeitos, posto que
ao passo que se constroem novas identidades com outros formatos, tais
movimentações acompanham o ritmo histórico do fazer e do acontecer. Ainda que
rodeado por múltiplas visões, as identidades estariam relacionadas ao processo
representativo. Assim, nesta direção, pode-se evocar o pensamento de Norbert
Elias (1994, p.19) de que “[...] o
indivíduo é parte de um todo maior, que ele forma junto com outros”.
Concomitantemente
ao processo de formação identitária dos sujeitos ao longo de suas histórias,
está circulado por tensões do cotidiano, assim, tomadas ao seu contexto de
produção histórica, tenciona‐se, então, problematizar as imbricações teóricas
levantadas. Ou seja, “[...] quando inserido numa parte do espaço, um grupo o
molda à sua imagem, mas ao mesmo tempo se molda e se adapta a coisas materiais
que a ela resistem” (HALBWACHS, 2003, p. 159).
Outrossim,
a análise das identidades está diretamente associada à sua baliza histórica,
tensões, movimentos e ações ao decorrer na história impactam diretamente na
construção das identidades, bem como em sua manutenção, propagação e
transmissão. Por conseguinte, parte-se do pressuposto de que elas nunca estão prontas,
estão sempre abertas, podendo ser constantemente construídas e reconstruídas
(WOODWARD, 2000, p.12)
Nesse
sentido, Barros afirma que “[...] toda vida cotidiana está inquestionavelmente
mergulhada no mundo da cultura. Ao existir, qualquer indivíduo já está
produzindo cultura automaticamente, sem que para isto seja preciso ser um
artista, um intelectual ou um artesão” (BARROS, 2005, p. 3). Diante deste
quadro, pode-se expor que todo simbolismo é fator de identidade e toda a
cultura é cultura de um grupo: “[...] história é, ao mesmo tempo e
indissociavelmente, social e cultural” (PROST, 1998, p. 135).
Nas
diretrizes históricas, o postulado da identidade e seu conjunto constituinte
integram-se de forma globalizada, contextualizando e relacionando-se com tempo,
espaço, lugar, subjetividades e especificidades ligadas ao comportamento e vivência
humana que devem ser levados em consideração para abarcar um conhecimento amplo
da temática identitária. Tomando o entendimento da subjetividade como fator
primordial, chega-se ao pressuposto de que:
“O
ponto fundamental é o seguinte: a subjetividade é instituída socialmente. Ela é
uma criação da sociedade, da mesma forma que a língua, as regras de parentesco,
os valores ou os métodos de trabalho.” (MEZAN, 1997, p. 15).
Em
seus trabalhos, Castells exalta que “[...] a construção de identidades vale-se
de matéria-prima fornecida pela história, geografia, biologia, instituições
produtivas e reprodutivas, pela memória coletiva e por fantasias pessoais,
pelos aparatos de poder e revelações de cunho religioso” (CASTELLS, 1996,
p.23).
Assim
sendo, no sentido expresso aqui, substrato de outros resquícios do conhecimento
humano, a identidade é agrupada por fatores coletivos que a constituem, a
moldam e a definem. Concentrando as atenções no desenrolar processual da
construção das identidades:
“As
lutas de representações têm tanta importância como as lutas econômicas para
compreender os mecanismos pelos quais um grupo impõe, ou tenta impor, a sua
concepção do mundo social, os valores que são os seus, e o seu domínio.” (CHARTIER,
1990, p.17).
Cumpre-se
dizer que os processos identitários estão permeados por sentidos histórico-culturais,
os quais são expressos nas práticas e experiências diárias. Consequentemente,
uma síntese básica possível na medida das condições históricas que se pode
traçar, é a de que a história é redefinida e moldada pelas identidades, de modo
que:
“A
história é ordenada culturalmente de diferentes modos nas diversas sociedades,
de acordo com os esquemas de significação das coisas. A síntese desses
contrários desdobra-se nas ações criativas dos sujeitos históricos, ou seja, as
pessoas envolvidas”. (SAHLINS, 1999, p. 7).
Não
obstante, pensando o processo de construção identitária, o sentido do processo
identitário está envolto a costumes que se propagam entre o tempo e o espaço,
de forma simbólica chamando para si a marca da representação cultural, social e
assim:
“[...]
como tal, a representação é um sistema lingüístico e cultural: arbitrário,
indeterminado e estreitamente ligado às relações de poder. É aqui que a
representação se liga à identidade e à diferença. A identidade e a diferença
são estreitamente dependentes da representação. É por meio da representação,
assim compreendida, que a identidade e a diferença adquirem sentido”. (SILVA,
2000, p.91).
De
forma assertiva, é possível pontuar que identificação implica em representação
e vice-versa, de um símbolo, linguagem sinal, devem-se evidenciar as
possibilidades históricas para entendimento do processo de formação identitária
como substrato da história. A questão notável é que nesta conjuntura histórica,
ao adotar o ponto de vista das experiências dos sujeitos, colocamo-nos a pensar
suas práticas históricas.
Neste
panorama, considerando a ordem das práticas cotidianas em que Certeau (1994, p.142)
considera que toda atividade humana pode ser cultura, mas ela não o é
necessariamente ou, não é forçosamente reconhecida como tal, pois, “[...] para
que haja cultura, não basta ser autor das práticas sociais; é preciso que essas
práticas sociais tenham significado para aquele que as realiza”.
Nessa
perspectiva, caminhando por esta linha de raciocínio, a atividade humana ao
longo da história é uma construção identitária, que se expressa em práticas
sociais comungadas por um grupo. Assim, de acordo com Certeau (1994, p. 47), as
práticas cotidianas em “[...] nossas sociedades [...] se multiplicam com o
esfarelamento das estabilidades locais como se, não estando mais fixados por
uma comunidade circunscrita [...] se tornassem errantes”.
Referindo-se
ao processo das identidades como trabalhadas na ciência histórica, na esteira
desta discussão, tem-se um arcabouço teórico voltado às práticas e
manifestações culturais. A luz da teoria histórica, a identidade oferece um
prisma temporal que dispõe a relação entre o passado, o presente e o futuro. Pois
assim, como informa Reinhart Koselleck “[...]
a forma pela qual, em um determinado tempo presente, a dimensão temporal do passado
entra em relação de reciprocidade com a dimensão temporal do futuro”
(KOSELLECK, 2012, p.15).
Na
verdade, as considerações a respeito das práticas identitárias não se fincam
somente ao que ocorre no presente, mas como uma esteira que traz sensações e
percepções do passado transcorrendo o presente e chegando ao futuro. Pode-se
postular que enquanto representação social, a identidade é uma construção
simbólica de sentido, que organiza um sistema compreensivo a partir da ideia de
pertencimento. Em termos gerais, cumpre-se assinalar que as identidades nesse
sentido, estão condicionadas historicamente, uma vez que, como expõe Hobsbawm:
“Só
por um impulso forte para formar um “povo” é que cidadãos de um país se
tornaram uma espécie de comunidade, embora uma comunidade imaginada, e seus
membros, portanto, passaram a procurar (e consequentemente a achar) coisas em
comum, lugares, práticas, personagens, lembranças, sinais e símbolo”.
(HOBSBAWM, 2008, p. 111).
Ancorado
nas considerações de Eric Hobsbawm, mais incisivamente em seu entendimento, um
olhar mais atento, indica uma proximidade com Certeau, posto que ao referir-se
a uma comunidade e suas relações como lugares, práticas e coisas em comum, o
procedimento metódico de intervenções, refletem a possibilidade de pensar o
conjunto identitário.
Assim,
ao delinear as condições simbólicas existenciais das identidades, partimo-nos
no sentido a desbravar as implicações referentes ao seu estudo dentro da
história. Até o século XIX, vislumbrou-se uma história em que Hayden White
descreve como um "espetáculo de crimes, superstições, erros, duplicidades
e terrorismos que justificam recomendações visionárias para uma política que
colocaria processos sociais em um novo plano” (WHITE, 1995, p.77).
Isto
se dá, cabe ressaltar, pelas condições históricas, não há como tratar nenhum
assunto dentro da historiografia sem levar em consideração as subjetividades
implícitas nas formações identitárias dos sujeitos, suas formas e ações. José Carlos
Reis expõe que “a história é o discurso que representa as identidades de
indivíduos, de grupos e nacionais, e a crítica historiográfica é a própria
‘vida do espírito’ de uma nação” (REIS, 2006, p.20).
É
possível dizer ainda, que um dos maiores desafios dentro da historiografia
atual se dá pela instabilidade das identidades, mutáveis e múltiplas, que se
cruzam, entrelaçam, misturando histórias, discursos, cultural, representações
sociais. De forma que a “[...] identidade torna-se celebração móvel, formada e
transformada” (HALL, 2006, p. 11-12).
Por
fim, resta dizer que a “produção” de uma identidade está imbricada a outras
ciências e saberes, uma vez colocado que o desafio epistemológico em lidar com
a identidade implica uma articulação entre a história e as demais ciências
humanas, visto sua complexidade e amplitude teórica.
Pois
então, a partir dessa reflexão, pode-se entender que os sujeitos,
transformadores de uma tradição em objeto do passado, realizam essa operação a
partir de um determinado lugar social, de práticas científicas e de uma escrita
que organiza os dados (CERTEAU 2000, p. 55-56).
Sendo
assim, a sociedade em sua história é entendida, como algo dinâmico, em
permanente processo de mudança, já que as relações e instituições sociais acabam
por dar continuidade à própria vida social. De modo que “um eu, uma identidade,
outros nomes da subjetividade, se, por um lado, são pontos de parada no
processo de subjetivação, por outro lado, são ancoradouros que garantem a
navegação desse mesmo processo” (CARDOSO JR., 2002, p. 190-191).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
À
guisa de conclusão, trabalhar o conceito de identidade cultural no curso
da história da vida humana, tem-se sua
ligação direta com os aspectos socioculturais que impactam o modo como as identidades
se formam e convivem entre si.
Portanto,
por tudo que fora exposto, as identidades estando presentes em todos os espaços
e tempos condicionam as relações sociais históricas implicando a redefinição do
modo de viver e fazer dos seres humanos.
No
que tange à construção identitária e sua análise histórica, é preciso assim,
compreender que a identidade é produto de uma sequencia histórica de
narrativas. A multiplicidade de identidades é fruto da consequência das junções
culturais e dos processos históricos ocorridos entre os sujeitos que os
definem.
O que podemos notar é que a memória
coletiva realiza um relevante papel nos processos de construções identitárias.
Desta forma, ela proporciona mais vitalidade à cultura, uma vez que guarda o
passado para grupos sociais, valorizando os momentos significativos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Mestrando do
Programa de Pós-graduação em História da Universidade Estadual do Centro-Oeste
(UNICENTRO). Graduado em Filosofia Licenciatura (2018) pelo Centro
Universitário de Araras “Dr. Edmundo Ulson” (UNAR), História Licenciatura
(2016) pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) e Ciências Sociais
Licenciatura (2015) pela Faculdade Guarapuava (FG). Especialista em Docência do
Ensino Superior (2018) e Educação a Distância com Ênfase na Formação de Tutores
(2018) pela Faculdade São Braz (FSB); Gestão da Educação do Campo (2017) pela
Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras (FACEL); Educação
Especial e Inclusiva (2016), Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia
(2016) e Ensino Religioso (2015) pela Faculdade de Educação São Luís (FESL).
Participante do grupo de pesquisa de Estudos em História Cultural da
Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). Professor de Sociologia
contratado pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná e leciona as
disciplinas de Filosofia, História e Sociologia no Colégio Imaculada Virgem
Maria e Sociologia no Colégio São José. Tem experiência nas áreas de Ensino
Religioso, Filosofia, História e Sociologia.
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Olá, Nikolas.
ResponderExcluirLendo seu artigo surgiu-me uma reflexão. Com base na condição identitária do ser humano de continua mutação, conforme as vivências que experimentamos, como ao seu ver fica a afirmação de SER? Digo, como uma pessoa pode afirmar ser alguma coisa, forma, moral se sua identidade transforma-se constantemente?
Bom dia, Paula Stefanni.
ResponderExcluirO teórico principal que uso em minha pesquisa é o Hall, e ele comenta sobre isso. Hall verifica que as identidades correspondentes a uma determinada realidade estão em declínio, visto que a sociedade não pode mais ser vista como sólida, mas em contínua mutação e movimento, fazendo com que novas identidades surjam continuamente, em um processo de fragmentação do indivíduo moderno - a "descentração da identidade/do sujeito" que o autor comenta. Sendo assim, quando há o debate sobre identidade é necessário trazer à tona essa transformação constante, típica do mundo pós-moderno.
Deixo como sugestão a obra: "A subversão do ser: Identidade, mundo, tempo, espaço" de Mauro Maldonato, a qual discute sobre essa metamorfose identitária que estamos vivendo.
Até breve, bom evento.
Comentário de: Nikolas Corrent
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Nikolas, excelente texto e abordagem do tema. O que você poderia dizer sobre os processos de formação identitária dos indivíduos com relação as temporalidades diversas , tendo em vista que em um mesmo espaço geográfico e em um mesmo tempo físico podem conviver indivíduos que vivem diferentes temporalidades, um exemplo bastante corriqueiro são as convivências entre avós e netos, até que ponto essa questão influencia na formação identitária desses indivíduos?
ResponderExcluirDesde já agradeço.
Alaéverton Maicon de Andrade